Icolo e Bengo - A povoação da Aldeia Solar, comuna de Cabiri, município de Icolo e Bengo, com cerca de 900 habitantes, está sem fornecimento de água potável e energia eléctrica há quatro anos.
A localidade da Aldeia Solar, a 13 quilómetros de Catete, sede municipal de Icolo e Bengo, conta com 500 moradias do tipo T2, erguidas pelo Estado, atribuídas em 2017 aos camponeses realojados do bairro Cassange, arredores da comuna de Cabiri.
Numa ronda feita hoje pela ANGOP, constatou-se que os moradores carecem de algumas condições sociais básicas pelo que solicitam a intervenção urgente do Estado.
A falta de água potável e energia eléctrica são dos bens que preocupam a comunidade local desde 2019.
De acordo com a dona de casa, Rosa Chicolomuenho, que residente na povoação desde 2020, viver sem energia e nem água potável tem sido um martírio.
O camponês Mário Inácio, sublinhou que os populares têm que se deslocar a uma distância de seis quilómetros, ida e volta, na busca de água, acarretando em bidons e baldes de 25 litros.
Quem confirma esta situação é o coordenador da povoação da Aldeia Solar, Van-Dunem Gonçalves, referindo que o quadro actual é do conhecimento da administração comunal de Cabiri e até hoje aguarda-se por solução.
A povoação da Aldeia Solar tinha energia até 2018, por meio do sistema solar, mas que, por falta de manutenção danificou, e as placas solares acabaram por ser extraviadas supostamente por moradores, segundo o responsável.
Van-Dunem Gonçalves disse que, relativamente ao fornecimento da água potável, esta jorrou nas torneiras durante um ano, em 2018, mas de lá para cá parou.
Vandalismo na escola
A par da água potável e energia eléctrica, a Aldeia Solar depara-se também com acções de vandalismo na escola do ensino primário e I ciclo.
Segundo a directora geral da Escola, Anastácia Pombel, vidros partidos, portas arrancadas e furto de carteiras é o quadro actual da escola na povoação, que carece igualmente de um muro de vedação.
"Há suspeitas de que essas acções de vandalismo sejam praticadas por moradores da zona", aventou a responsável, indicando que a escola de seis salas foi entregue pelo Estado em 2018 e tem matriculados neste ano lectivo 350 alunos".
Soluções já a vista
De acordo com o administrador comunal de Cabiri, João Adriano, essa aldeia foi projectada para ser abastecida por meio de energia solar, daí o nome "Aldeia Solar", mas por falta de manutenção e por ser habitada tardiamente, o equipamento danificou.
"Temos já um plano a nível da comuna, para aquisição de dois Postes de Transformação ( PT) de 100 a 400 KVAs, que começam a ser montados a partir da próxima semana, bem como os respectivos postes da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE)", confirmou o responsável.
Quanto ao fornecimento de água potável, explicou que o problema reside na Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na sede comunal de Cabiri, que por insuficiência funcional deixou de ter pressão para fazer chegar a água à povoação.
Fez saber que neste momento estão a reparar o sistema de bombagem de água, numa acção coordenada com a Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL), esperando-se o seu normal funcionamento em curto espaço de tempo.
Quanto ao vandalismo na escola da povoação, João Adriano, apela à consciência dos moradores da zonas que devem cuidar do património público.
"Como podem ver, a escola foi entregue em 2018, a sua estrutura ainda está nova, mas infelizmente os vidros já estão todos partidos e portas arrombadas", lamentou.
A população residente na povoação da Aldeia Solar tem como principal actividade a agricultura e pesca.