Lubango - Cinquenta mulheres líderes de instituições públicas e privadas que integram grupos e associações da sociedade civil dos municípios do Lubango e da Matala, foram hoje, quarta-feira, capacitadas em boa governação, com vista ao empoderamento do género.
A iniciativa foi da Associação de Jovens Movidos por Angola (AJOMA), tem o financiamento de 15 mil dólares da embaixada do Reino Unido e com o apoio do Governo Provincial da Huíla.
Trata-se de um projecto denominado “Mulher Engajada na Boa Governação”, implementado desde finais de Janeiro e vai até Março, com a finalidade de empoderá-las para a sua participação activa na sociedade e influenciar boas práticas de governação, em prol do desenvolvimento local.
A informação foi avançada hoje, quarta-feira, nesta cidade, pelo secretário executivo nacional da AJOMA, José César, na segunda fase de formações, sob o lema “Mulheres Influenciando para uma Governação Participativa e Transformadora, em prol do desenvolvimento de Angola”.
José César disse que o projecto tem como focos fundamentais a reflexão com sessões de formação, os debates, onde as formandas vão juntar outras mulheres de diferentes sectores para disseminar a informação e depois será realizado um fórum de partilha de experiências.
O líder juvenil afirmou que o referido fórum de troca de experiências em torno da liderança e intervenção da mulher, está previsto para Março próximo e vai juntar participantes do Lubango, da Matala, da Cacula, da Chibia e Humpata.
Referiu tratar-se de um financiamento piloto, daí que precisam colher resultados para que possam influenciar a elaboração de um projecto maior, esperando que se colham experiências para dar suporte às iniciativas de cada uma das formandas.
Por sua vez, a assistente social do gabinete provincial da Acção Social, Família e Igualdade de Género da Huíla, Laurentina Tchinhama, salientou que a boa governação fundamenta-se principalmente em três pilares, o Estado, o mercado e a sociedade civil.
Destacou que para que se concretize a igualdade de género e cause um impacto positivo na sociedade, é necessário implicar a preocupação com os mais fragilizados e desprotegidos, exigindo ética, rigor, verdade, responsabilidade, coerência e compromisso.
Na ocasião, a socióloga, Aida Nelson António, uma das formadoras, defendeu maior aposta na formação da mulher em áreas diferenciadas, como engenharias, tecnologias, ciências exactas, para que ela tenha mais opções de escolha e não fique só com cargos com "sensibilidade" na administração pública.
"A sociedade olha ainda para mulher como apenas um ser sensível. É necessário olhar mais para as mulheres da sociedade civil pois também têm competências para abraçar a gestão administrativa e territorial com mérito", continuou.
Nesta segunda fase de formação debateu-se temáticas como “A participação da mulher na vida pública, uma reflexão em torno dos factores culturais, políticos, socio-económicos” e a “Liderança feminina e inclusão tecnológica como forma de desenvolvimento pessoal e profissional”.
No sábado último, na primeira fase de formação, foram discutidas estratégias de gestão de negócios e inspiração sobre gestão de instituições.
A AJOMA existe desde 2003 e é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, comprometida com a saúde, solidariedade, desenvolvimento e o bem-estar social.
Promove acções de inclusão social, económica, tecnológica, direitos humanos e igualdade de género, combate às doenças sexualmente transmissíveis, governação participativa, formação académica, profissional, educação ambiental e justiça social em prol do desenvolvimento sustentável.