Luena – O reordenamento e a urbanização dos bairros periféricos da cidade do Luena, capital da província do Moxico, consta do Plano de Desenvolvimento da Administração Municipal do Moxico, com vista a tornar a circunscrição cada vez mais organizada e atractiva.
A informação foi passada hoje à ANGOP, pelo administrador municipal do Moxico, Horácio Sachamuaha, no quadro da celebração dos 68 anos da elevação do Luena à categoria de cidade, a 18 de Maio de 1956.
Ao falar sobre os projectos em carteira para a circunscrição, Horácio Sachamuha, reconheceu as construções desordenadas verificadas na periferia da urbe, que não obedeceram os padrões arquitectónicos, muito menos a fiscalização da Administração Municipal.
Conforme o responsável, “houve um claro deixa-andar das autoridades administrativas na época”, entendendo haver toda necessidade de se corrigir os erros cometidos para o reordenamento e gestão do espaço territorial.
Nesta altura, disse, no quadro da implementação da toponímia, há uma equipa multissectorial que está a efectuar um levantamento para intervenção no alinhamento dos bairros, processo que poderá resultar na demolição de certas residências construídas em zonas proibidas.
Quanto a compensação das famílias que poderão ser afectadas com a destruição dos imóveis, Horácio Sachamuaha disse que a depender de cada caso, os moradores serão recompensados pelo bem demolido.
Relativamente o fenómeno de construção de novos armazéns comerciais em pleno centro da cidade, que tem desconfigurado a estrutura arquitectónica da ube, disse que o problema será solucionado nos próximos tempos, com a preparação de um espaço que funcionará como área comercial na zona leste da cidade.
Para se impedir a progressão de mais armazéns, disse que estão impedidas a cedência de licenças para este propósito.
Por outro lado, disse que a Administração Municipal tem gizado um programa para combater a existência de terrenos baldios (desocupados) em pleno centro da cidade e periferia, que têm, igualmente descaracterizado a região.
“Os proprietários destes espaços já estão identificados, e têm até o final do presente ano para darem utilidades aos espaços sobre pena de serem desapropriados”, alertou.
Sobre o saneamento básico, um problema que tem afectado consideravelmente a população desta urbe, disse que poderá registar melhorias significadas a partir de Junho próximo, uma vez que a Administração Municipal se encarregará pela contratação e pagamentos das empresas do sector, função que era desempenhada até então pelo Governo Provincial, por via da Secretaria-geral.
“Temos novas estratégias para mudarmos o quadro do saneamento básico no município sede”, disse.
A construção de mais escolas, num municipio com mais de 27 mil crianças fora do sistema de ensino, unidades sanitárias e a expansão dos serviços de electricidade e água, constam igualmente das prioridades da administração local, segundo o seu gestor.
A ex-vila Luso foi a primeira a ser elevada à categoria de cidade na região Leste do país, comparativamente com Saurimo (ex-Vila Henrique Carvalho), capital da província da Lunda Sul, elevada à cidade 10 dias depois, enquanto Dundo, capital da Lunda Norte, tornou-se cidade 59 anos depois.
Segundo fontes orais, a primeira tentativa de edificação da sede provincial do Moxico deu-se na vila de Cangamba, sede do município dos Luchazes, a 334 quilómetros a sul do Luena.
Entretanto, com a necessidade de encravar a cidade ao Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) que iria ligar a Republica Democrática do Congo (antigo Zaire), a vila foi transferida para a localidade do Moxico-Velho, pelo então governador António de Almeida.
Anos depois foi instalada para a região em que se encontra assentada actualmente, em 1895, com a denominação de Moxico - Novo.
Fontes indicam que em 1922, o Moxico - Novo recebeu a designação de Vila Luso, 34 anos depois passou a ter a denominação de Luso, deixando o estatuto de vila, ganhando a categoria de cidade em 1956.
Após o alcance da Independência Nacional, em 1975, a cidade de Luso foi baptizada com uma nova designação - Luena, em homenagem a um povo que, no passado, habitou nesta região, concretamente, entre a nascente do actual rio Luena até ao rio Lunguebungo, denominado Valwena, ou seja, os Lwenas. TC/YD