Huambo – Uma campanha de comunicação e informação sobre a redução de riscos e desastres foi aberta, esta terça-feira, na província do Huambo, com o objectivo de sensibilizar a população sobre as medidas adoptar antes e durante as chuvas.
Acção, levada a cabo pela Delegação local do Interior, visa, igualmente, educar e sensibilizar as comunidades antes, durante e depois da ocorrência de eventos diversos e, sobretudo, aumentar o conhecimento destas para a percepção dos alertas e riscos eminentes para auto-protecção em situações de emergência.
Ao discursar na abertura do evento, o delegado do Interior na província do Huambo, Manuel Francisco Gonçalves, afirmou que em virtude da localização geográfica, esta região do Planalto Central, está sujeita à ocorrência de descargas eléctricas intensas, um fenómeno que tem vindo a causar mortes consideráveis nas comunidades.
Explicou que tal situação ocorre com maior facilidade pelo facto de a população rural ter como meio de sobrevivência, a agricultura e a pecuária, que têm levado à exposição e aos confrontos com os vários fenómenos físicos no exercício das suas actividades laborais.
Por esta razão, o responsável augura que a campanha, inserida na estratégia nacional de comunicação, informação e sensibilização sobre redução de riscos de desastres, consiga dar respostas aos danos e perdas avultadas resultantes do impacto da época chuvosa 2022/2023, consubstanciadas na implementação de acções de consciencialização e educação da população.
Manuel Francisco Gonçalves informou que com a realização da campanha as autoridades pretendem sensibilizar as comunidades sobre as medidas e comportamentos a adoptar para ajudar a reduzir o impacto negativo nas famílias e seus bens, com ameaças de inundações, descargas eléctricas, deslizamento de terra, ventos fortes, incêndios, pandemias e epidemias.
Lembrou que durante a época chuvosa 2022/2023 a província do Huambo, em particular, os municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo e Longonjo, foram os mais afectados pelos ventos fortes, descargas eléctricas, inundações e deslizamento de terras, com a progressão de ravina, que deixaram, claramente, a população mais vulnerável.
Como consequência, disse, 115 pessoas perderam a vida e outras 78 ficaram feridas, para além da morte de 10 cabeças de gado bovino e cinco mil 146 famílias afectadas, incluindo os dados causados em diversas infra-estruturas sociais públicas e privadas, facto que, lamentavelmente, reduziu ainda mais a qualidade vida das comunidades.
Para a época 2023/2024, o responsável disse ser importante antecipar-se na prevenção do que do pode dar errado, através da gestão de risco, com foco na identificação e na avaliação para, posteriormente, actuar de modo a diminuir a probabilidade e a intensidade da ameaça e, ao mesmo tempo, reduzir as vulnerabilidades e fortalecer a capacidade de enfrentamento dos riscos.
Assegurou que durante a campanha serão fornecidas informações precisas e actualizadas sobre os riscos de desastres, como: inundações, terramotos, incêndios florestais, furacões e não só, podendo, desta feita, ajudar as pessoas a entender melhor as ameaças e a tomarem medidas adequadas para a sua auto-protecção;
Disse que a mesma deverá contar com a parceria da comunidade, das organizações não-governamentais e outros sectores da sociedade, para fortalecer os mecanismos de resposta em caso de tais ocorrências, envolvendo a criação de redes de apoio, treinamento e exercícios de simulação, evitando, deste modo, a disseminação de informações falsas ou exageradas que possam causar pânico desnecessário.
Manuel Francisco Gonçalves acrescentou que a campanha pretende, também, encorajar a participação activa da comunidade na identificação de riscos, no planeamento para respostas a desastres e na implementação de mitigação, na perspectiva de levar a comunidade a soluções mais eficazes e adaptadas as necessidades locais.
A campanha, sem data prevista de encerramento, servirá ainda para incentivar as pessoas a adoptarem comportamentos mais seguros e responsável em relação aos riscos de desastres, como: não construir em zonas de risco, cobrir os poços ou fontes de abastecimento de água, seguir as instruções das autoridades em caso de evacuação de zonas e estar preparado para agir rapidamente.
Situada no Planalto Central de Angola, com uma área de 35.771 quilómetros quadros, vivem na nesta província, cujo período chuvoso do ano dura, aproximadamente, nove meses, de 15 de Agosto a 15 de Maio, mais de dois milhões 700 mil habitantes, distribuídos pelos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma. ALH
