Lobito - O terapeuta tradicional Feliciano Mutanduque, especiliata no tratamento de "tala", defendeu, na cidade do Cubal, província de Benguela, a troca de conhecimentos entre a medicina convencional e a tradicional, soube a ANGOP.
Convidado como palestrante nas XI jornadas científicas do Hospital Nossa Senhora da Paz, realizadas no ultimo fim de semana, Feliciano Mutanduque informou aos jornalistas que tem vinte anos de experiência e que já curou 93 pacientes com "tala".
Segundo ele, a tala não é uma doença natural, mas inventada pelo homem, com base numa mistura de venenos de vários bichos, sobretudo de cobras, jindungo e outros ingredientes.
"Existe a tala wanga, a camuco, a do sol e a mukeca, todas elas muito perigosas", afirmou.
Deu exemplo da mukeca, que cria borbulhas e à medida em que elas forem rebentando, espalham-se pelo corpo e pode matar a pessoa num curto espaço de tempo.
"Normalmente, os malfeitores colocam em lugares onde a pessoa visada passa, nas massanetas das portas de casa ou do carro, nas cadeiras do escritório, etc. "Assim que tocar com a mão ou o pé é logo afectado", explicou.
O especialista confirmou a venda do produto nas praças por preços que variam entre os 100, 200 ou 300 kwanzas.
Disse ainda que a tendência em prejudicar pessoas com esta "armadilha" tende a aumentar nas cidades, a cada dia que passa.
"Uma vez, na companhia das autoridades, tentamos localizar um vendedor de tala no mercado, mas alguém o avisou e o senhor pôs-se em fuga", explicou.
Na sua opinião, os fabricantes desta doença deviam ser punidos porque estão a prejudicar muitas famílias.
"Quem for afectado pela doença, o melhor é procurar alguém que domine o tratamento, senão, pode correr o risco de perder a vida", alertou.
Sugeriu que se deve promover um fórum onde as autoridades tradicionais possam trocar ideias com os técnicos da medicina convencional, para juntos chegarem a consenso e lidar com as coisas com mais certeza.TC/CRB