Menongue – Quarenta e oito técnicos médios de saúde iniciaram hoje, segunda-feira, nesta cidade, uma acção formativa de um ano e seis meses, para a aquisição do grau de técnicos pós-médios de saúde.
Ao intervir no acto de abertura, o director do gabinete provincial da saúde, João Chihinga, disse tratar-se de enfermeiros com o grau académico de técnicos médios e que já exercem a profissão nas mais variadas áreas, sendo que nesta primeira fase serão priorizados enfermeiros que trabalham na área de maternidade.
Informou que a meta é atingir, até 2027, 800 técnicos em sete áreas: parteiras, cuidados intensivos, instrumentação cirúrgica, assistência e reanimação, nefrologia, puericultura e pediatria e oftalmologia, com vista a responderem às exigências de um atendimento mais profissionalizado e competente.
Segundo o responsável, dentre outros objectivos, a formação pretende reforçar o programa de formação de especialistas em atenção primária de saúde, implementar e desenvolver a formação especializada nas áreas de enfermagem e expandir a formação pós-média, de formas a possibilitar o aumento do número de técnicos especializados.
Constam igualmente dos objectivos desta acção formativa, intensificar o processo de formação contínua, com vista a assegurar a qualidade dos serviços prestados, contribuir para o aumento de técnicos especializados a médio prazo e permitir a cobertura no serviço nacional de saúde por meio da execução de boas práticas na prestação directa de cuidados e gestão dos diversos processos clínicos nas equipas de saúde.
“O Projecto de Formação de Recursos Humanos para a Cobertura Universal de Saúde em Angola tem a execução técnica e operacional do Ministério da Saúde e conta com o financiamento do Banco Mundial para um período de cinco anos, entre 2022 e 2027, que pretende formar, ao nível do país, 38 mil efectivos, incluindo quadros da nossa província”, explicou.
Considerou que a acção demonstra o comprometimento do Executivo em formar técnicos capazes de aguentar a demanda do sector, numa altura em que têm sido construídas e inauguradas várias infra-estruturas sanitárias, que devem ser prontamente acompanhadas com a elevação dos níveis de respostas dos seus recursos humanos.
Ao justificar as razões da formação, afirmou que em 2017 realizou-se o diagnóstico dos recursos humanos em saúde, tendo se constatado a insuficiência de recursos humanos, defice de médicos e enfermeiros especialistas, condicionada pelas assimetrias na distribuição de técnicos a nível nacional e a deficiência na prestação de informação para a gestão da administração da força de trabalho de saúde a todos os níveis.
Por seu turno, o director do gabinete provincial da educação, Inácio José Samba, em nome do governo local, enalteceu a especialização de parteiras por serem fundamentais na garantia da realização segura de partos e na saúde dos recém-nascidos.
Afirmou que a formação é de grande importância visto que 90 por cento das parteiras são mulheres que muitas vezes enfrentam desafios relacionados com a desigualdade de género, por isso devem ser protegidas e as suas aptidões profissionais mais reconhecidas e valorizadas.
“É importante buscar especializações para se manter actualizadas. A parteira é uma profissional responsável no acompanhamento de gestantes nos processos de pré-natal, parto e pós parto. O seu papel é oferecer um atendimento humanizado e individualizado, respeitando as necessidades e desejo de cada mulher”, definiu.
Por isso, exortou as instituições académicas, organizações da sociedade civil e os parceiros a investirem nas parteiras para salvarem vidas e melhorar o bem-estar das grávidas, mães e recém-nascidos, tendo augurado que com a formação estarão mais capacitadas para darem respostas ao trabalho que lhes for confiado. MSM/ALK/FF/PA