Lubango - Pelo menos 504 doentes com tuberculose abandonaram a terapia durante o primeiro semestre, num universo de mil 532 pacientes abrangidos na avaliação da terapia, no Hospital Sanatório do Lubango, representando uma taxa de 32,9 por cento.
A unidade notificou no semestre mil 855 casos novos da doença, que comparativamente ao igual período anterior houve um aumento de 525.
A informação foi avançada à imprensa pelo director-geral do hospital, Lourenço Kotele, afirmando que a taxa de abandono é alta, uma situação que preocupa, porque o programa nacional de combate à doença, determina que a mesma deve ser reduzida a cinco por cento, daí a necessidade de começar a traçar metas para abrandar os indicadores.
Declarou que o abandono do tratamento é um dos factores do aumento de novos casos na unidade, pois os não curados acabam por propagar novamente a doença, o que posteriormente acaba por dificultar a terapia de casos antigos.
Referiu que o aumento de novos casos deu-se ainda pelo atraso dos pacientes em ocorrer ao hospital, pois o tempo que o mesmo fica em casa vai passando a doença para os outros, assim como a falta de conhecimento dos sinais de alerta da doença faz com que as pessoas perdem tempo e aumenta a possibilidade de contágios na comunidade.
Entre os principais factores de risco, o especialista em gestão de saúde, destacou o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, algumas doenças como diabetes, a malnutrição e o VIH- Sida.
Já nos sinais de alerta, a fonte apontou a febre vespertina prolongada, a tosse num período superior a duas semanas, o emagrecimento progressivo sem justificação prévia, assim como outros mais específicos como dificuldade ao respirar, tosse e em algum momento com sangue, caso afectar os pulmões.
Referiu do global de casos, mil 227 (+425) foram diagnosticados com baciloscopia positiva, tratando-se de doentes que na comunidade conseguem potenciar ou passar a doença para as pessoas em convivência com mais facilidade.
Hospital regista uma taxa de óbito de cinco por cento
Durante os seis meses, o médico referiu que no corte, na avaliação do tratamento dos seis meses, foram abrangidos mil 532 doentes (+135), destes 227 (+93) foram curados e 76 (+ 35) foram a óbito.
Lourenço Kotele defendeu a necessidade da disponibilidade dos serviços para o diagnóstico precoce da tuberculose na periferia, a oferta dos fármacos sem interrupção, e a comunicação nas línguas nacionais para poderem reduzir os números, que ainda são preocupantes.
Lembrou que a taxa de mortalidade é baixa na unidade e está relacionada com outras doenças, pois as pessoas quando são acometidas com tuberculose deve existir solução imediata, mas quando além de outras comorbilidade não descobrem a enfermidade, passam por tratamentos tradicionais, sem doseamento certo, os pacientes aparecem com um quadro complicado.
Destacou que a nível do Lubango preocupa o Tchioco e o Bula Matady, que tiveram mais de cem casos, e as idades variam dos 20 aos 50 anos, ao passo que nos municípios os que mais reportam doentes é a Chibia e a Humpata na Huíla, bem como a Bibala no Namibe, tirando os transferidos ou contra-referenciados de Luanda e outras províncias que são esporádicos.
O Hospital Sanatório do Lubango tem uma capacidade instalada de internamento de 120 camas, atende diariamente mais de 80 pacientes. A unidade conta com mais de 200 quadros, entre pessoal médico e administrativo. EM/MS