Huambo – O chefe do departamento de Saúde Pública na província do Huambo, Valentim Catolo, aconselhou, esta quarta-feira, as famílias para realização de exames pré-nupciais de hemoglobina e genética, para prevenir possíveis casos de Anemia Falciforme.
Em declarações à ANGOP, a propósito do Dia Mundial de Consciencialização da Doença Falciforme, que hoje se assinala, considerou ser importante que as pessoas adoptem esta cultura de solicitação de determinados exames, para determinar se são portadores dessa enfermidade celular ou não.
Explicou que só com os rastreios de hemoglobina é que as pessoas ficarão a saber se possuem a doença ou não, bem como dos riscos que estarão a incorrer para os futuros filhos, que podem ser doentes (SS) ou heterozigóticos.
“Quando um homem e uma mulher forem portadores da anemia falciforme é aconselhável que não se casem, para evitar ter filhos doentes”, sublinhou o responsável.
Acrescentou que as famílias constituem a peça fundamental nos cuidados e orientações, para a prevenção desta enfermidade.
Por isso, Valentim Catolo pediu mais diálogo familiar, por se tratar de uma doença genética e hereditária, na qual os glóbulos vermelhos se tornam rígidos e acabam por dificultar a passagem do oxigénio para o cérebro, pulmões, rins e outros órgãos.
Esclareceu ser uma enfermidade que não tem cura e pode provocar comprometimento das principais funções do organismo, caso o portador não receba uma assistência adequada, sendo entre as complicações a anemia crónica, crises dolorosas, retardo do crescimento, infecções, enfarto, entre outros.
Por sua vez, a secretária da Associação de Solidariedade e Apoio ao Doente Falciforme no Huambo, Irene Lialunga, informou que, actualmente, são controlados 800 doentes, sendo alguns já com diagnóstico definitivamente, mediante os testes de electroforese de hemoglobina e outros presuntivos, por escassez de exames.
Disse serem doentes controlados nos hospitais Geral e municipal do Huambo, com consultas de seguimento em todas as quartas-feiras, pois são sensíveis, com um dia-a-dia difícil e corrido, que precisam de apoio psicológico, antibióticos profiláticos, ácido fólico e outros.
Referiu que as dificuldades para o seguimento da doença têm sido a falta de aceitação dos pais e encarregados sobre a existência da patologia, pelo facto de existir, ainda, pouco conhecimento da sua existência.
Para inverte o quadro, a responsável associativa disse estarem a ser intensificadas as acções de esclarecimentos, com a realização de as palestras nas escolas, igrejas e hospitais.
O Dia Mundial de Consciencialização da Doença Falciforme foi instituído pela Organização das Nações Unidas, para informar e consciencializar a população do mundo sobre os perigos e as formas de prevenção desta doença. ZZN/JSV/ALH