Ndalatando - O neuropsicológo clínico, David Campos António, exortou esta sexta-feira, na cidade de Ndalatando, província do Cuanza Norte, às entidades empregadoras para uma maior atenção à saúde mental dos funcionários, por contribuir na produtividade da empresa.
De acordo com o especialista, a maior parte dos funcionários de instituições sofrem de episódios depressivos ou mesmo depressão em função da pressão do dia-a-dia e do volume de trabalho que, muitas vezes, não observa as oito horas regulamentadas.
O especialista, que dissertava sobre a saúde mental no local de trabalho", explicou que estudos apontam que em cada cinco angolanos, quatro sofrem de alguma forma depressiva ou transtorno mental, em função de problemas sociais, laborais e familiares.
David Campos António, médico do Hospital Provincial do Cuanza Norte “António Agostinho Neto, informou que na província, os casos de depressão em funcionários de várias instituições tendem a aumentar.
De Janeiro a Outubro, indicou, foram registados, nesta unidade sanitária, 27 casos de depressão, mais 22 comparativamente a igual período de 2022, onde foram notificados cinco.
Apelou aos responsáveis das instituições a passarem a consultar os serviços de psicólogos para, regularmente, consultas de rotina aos funcionários, no sentido de se acautelar os casos depressivos.
David Campos António exortou igualmente a harmonia, empatia, solidariedade e inter-ajuda entre responsáveis, funcionários e colegas, para prevenir a depressão no local de trabalho.
Apontou os baixos salários, pressão social, sobrecarga de trabalho, abuso do álcool e drogas e os problemas familiares, como as principais causas da depressão que, muitas vezes, terminam em suicídios ou homicídios.
Durante a dissertação, David Campos António falou de vários transtornos da personalidade, com a dislexia, depressão psicótica, escrisofenia, síndrome de Burnout, entre outros.
A palestra foi promovida pelo Centro de Produção da Televisão Pública de Angola (TPA) no Cuanza Norte, em alusão ao 48º aniversário da instituição, a assinalar-se no dia 18 deste mês.
De acordo com a directora local da TPA, Juliana Jorge, a palestra visa chamar a atenção da sociedade sobre este mal que vem ganhando mais espaço, no quotidiano.
Para a directora, os jornalistas são profissionais susceptíveis de desenvolverem esta doença, pelo facto de no exercício das suas missões sofrerem muitas pressões. EFM/IMA/OHA