Benguela - As autoridades sanitárias da província de Benguela registaram, de Janeiro a Novembro do ano em curso, seiscentos e sessenta e nove mil e duzentos e quarenta e dois casos de malária, soube hoje a ANGOP.
Esse número representa um aumento de 299 casos, comparativamente a igual período de 2021.
A informação foi revelada esta terça-feira à ANGOP, pelo chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública, Faustino Vinte, explicando que os casos notificados este ano resultaram em 485 óbitos, menos cem que em 2021.
O chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública disse que, dos 10 municípios de Benguela, o Lobito foi o que mais casos de malária registou, com 179 mil e 735. Já em termos de morte, o município de Benguela lidera com 241 no período em análise.
“A prontidão das unidades de saúde no atendimento aos doentes, a sensibilização da população sobre os cuidados e riscos da doença, estão na base dessa redução de óbitos”, considerou.
Com o efeito, realçou o trabalho dos ADECOS, que têm estado a trabalhar com as comunidades na sensibilização sobre os cuidados a ter com o meio ambiente, sobretudo nesta época de chuva em que proliferam algumas doenças oportunistas.
Referiu que muitas vezes os Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário trazem os doentes das suas comunidades para receber tratamento hospitalar, de forma a salvaguardar e restabelecer a sua saúde.
Aproveitou a ocasião para informar que, para o bem da população, decorre uma formação de enfermeiros e médicos, desde segunda-feira, que vai se estender até dia 16 do corrente mês, sobre tratamento da malária.
Questionado sobre os bancos de sangue nos hospitais, face aos casos graves de paludismo que podem carecer de transfusão, disse que estão a trabalhar com ONG´s, igrejas e outros dadores voluntários, no sentido de se garantir um stock suficiente.
Quanto a fármacos anti-palúdicos, garantiu haver quantidade suficiente para abastecer os hospitais, centros e postos de saúde da província.
“A malária é a principal causa de morte em Angola, pelo que todos devemos redobrar determinados cuidados, como melhoria do saneamento básico, evitar o acúmulo de lixo em casa e redondezas, evitar águas paradas onde as larvas sáo criadas”, enfatizou.
Aconselhou, por outro lado, que se evite brincar em charcos de água parada, sobretudo as crianças, pois são mais propensas a contrair enfermidades.
A malária, também conhecida como paludismo, é uma doença parasitária do sangue, provocada por um protozoário do género plasmodium. Este parasita é transmitido através da picada de um mosquito (do género Anopheles). A malária é endémica em vários países tropicais, sendo potencialmente fatal se não tratada atempadamente.
A província de Benguela tem uma população estimada em cerca de dois milhões e 500 mil habitantes.