Lubango – Sete a 10 cidadãos em condições precárias, na via pública, são recolhidos mensalmente, no quadro do Projecto de Recolha de Doentes Mentais implementado pelo Hospital Psiquiátrico da Huíla e parceiros, desde 2020.
Trata-se de um projecto desenvolvido em colaboração com a Administração Municipal do Lubango, Gabinete Provincial da Acção Social, Família e Igualdade de Género e o Serviço de Protecção Civil e Bombeiro da Huíla.
A informação foi avançada hoje, sexta-feira, nesta cidade pelo director administrativo do Hospital Psiquiátrico da Huíla, Idezibal Aldino, referindo que a iniciativa recolhe todo o cidadão encontrado em condições inseguras nas ruas para ser atendido na unidade de saúde.
Explicou que após serem atendidos, os diagnosticados com alguma patologia mental ficam internados para tratamento, muitos deles depois de compensados conseguem direcionar onde vivem e outros os familiares depois aparecem para os levar.
Mesmo sem avançar o número de pessoas recolhidas até ao momento nas ruas, Idezibal Aldino referiu terem casos de pacientes tratados que retornam à unidade diversas vezes durante o ano, em função de alguma falta de cuidados.
Reforçou que o abandono não é só nas ruas, pois há familiares que deixam o doente no portão do hospital, outros vêm com a ideia de internamento, mas não é o familiar que define o critério de estadia do paciente na unidade.
Destacou ser um projecto condicionado à capacidade de espaço a nível do hospital, mas vai continuar, na medida que haver mais espaço para os albergar e ter a margem dos que dão entrada através das consultas externas, porque é fundamental fazer a dualidade em função do período mínimo de internamento de um doente mental, fixado em 30 dias.
Defendeu a necessidade de dar a conhecer que a aceitação e o tratamento é fundamental, porque a saúde mental ainda é estigmatizada por se pensar que só é doente aquele que apresenta comportamentos agressivos e anormais.
Ressaltou que o programa de reintegração da unidade reconduz ao seio familiar sete a sete a 10 pacientes/mês, tratando-se normalmente de recolhidos nas ruas e abandonados, que por razões desconhecidas a família deixa de acompanhar.
Apelou às famílias para a necessidade de preservação da saúde mental, a abandonar o fenómeno de doentes nas e das ruas, assim como no hospital, porque o doente mental é um paciente que precisa de acompanhamento dos parentes como qualquer outro e quando essa terapia é alcançada, o mesmo consegue posteriormente ter uma vida social estável. EM/MS