Cuito - Mil 955 pessoas, na sua maioria mulheres, foram diagnosticadas, desde 2022, com diversos tipos de cancro a nível do país, pela Fundação Mulheres contra o Cancro da Mama, soube a ANGOP.
Este número consta de um total de mais de nove mil atendidas pela fundação, que procuraram saber do seu estado de saúde, no quadro das medidas preventivas.
Destes casos, quatro foram diagnosticadas com cancro da mama, já em estado terminal, e foram a óbito, e uma com cancro do útero, que segue tratamento.
Esses dados foram avançados, quinta-feira, na cidade do Cuito, província do Bié, pela presidente da Fundação Mulheres contra o Cancro da Mama, Eulália da Rocha Pinto, durante uma palestra de mobilização e sensibilização para a prevenção da doença, no âmbito da jornada “Outubro Rosa”.
Segundo a visão da responsável, a situação do cancro da mama e do útero no país é bastante preocupante, tanto para o Estado angolano e para os seus parceiros, tanto para as ligas, fundações e associações, porquanto têm vitimado muitas vidas humanas.
Apontou Luanda como a província com maior incidência em termos de casos, tendo em conta a sua densidade populacional.
E por conta do elevado número de pacientes, o Instituto Nacional Oncológico tem se apresentado pequeno para responder a demanda, tendo por isso enaltecido a iniciativa do Estado angolano de construir um novo hospital para albergar mais doentes.
Para a mudança do quadro actual, apelou ao envolvimento de todas as forças vivas da sociedade, para as campanhas de mobilização e sensibilização na luta contra a doença.
Bié terá núcleo da Fundação da Mulher contra o Cancro da Mama
Na ocasião, Eulália da Rocha Pinto manifestou a intenção da constituição, em breve, do núcleo da Fundação da Mulher contra a Mama na província do Bié, com objectivo de assegurar a implementação das acções da organização a nível da região.
Fez saber que neste momento a sua organização trabalha com as autoridades locais, com vista à identificação dos membros que poderão integrar o núcleo provincial e na criação de condições necessárias para garantir o seu normal funcionamento.
Referiu que a medida consta do seu plano de acção de expansão da organização de âmbito nacional ao longo do seu consulado de cinco anos, iniciado em 2022.
Neste momento, disse que já foram constituídos os núcleos das províncias de Luanda e Bengo, das cinco previstas até 2027.
Ao dissertar na palestra, que contou com a participação de mulheres de diversos estratos sociais e estudantes das instituições médias e superiores dos cursos de saúde, a ginecologista Elsa Maria da Conceição alertou aos participantes sobre os riscos da doença, apelando, por isso, a necessidade de cultivarem o hábito do auto-exame e de consulta regular dos especialistas para saberem do seu estado de saúde e assegurarem o diagnóstico precoce da doença.
Segundo a especialista, a falta desta cultura associada à vergonha tem sido uma das causas que leva a maioria dos casos em estado terminal, acabando, muitas vezes, em morte.
Apontou alguns factores que podem concorrer para o seu surgimento da doença, como a hereditariedade, velhice, a não prática de exercícios físicos, o consumo exagerado de trabalho e bebidas alcoólicas.
A Fundação Mulheres contra o Cancro da Mama, fundada em 2006, pela sua patroa Vanda Maria Aparição Freire, é um órgão de apoio do Instituto Nacional de Oncologia, que tem como missão a mobilização e sensibilização no sentido de dar a conhecer às mulheres e à sociedade em geral informações sobre as medidas de prevenção da doença.
Ainda no quadro da jornada Outubro Rosa, tem agendada uma marca nacional, a ser realizada sábado (19) na cidade do Cuito, capital da província do Bie. VKY/ PLB