Ondjiva - Setenta e três casos de dracunculose foram confirmados, pela Organização Mundial da Saúde, em 2023, nos municípios do Cuanhama e Namacunde, província do Cunene, informou o ponto focal da doença pela OMS em Angola, Mavitindi Sebastião.
Em declarações terça-feira à ANGOP, a propósito do 30 de Janeiro, Dia Mundial de Combate às Doenças Tropicais Negligenciadas, referiu que os 72 casos foram confirmados em animais.
Informou que outros 14 casos se encontram em processo de análise laboratorial.
Esclareceu que dracunculose, mais conhecida como verme da Guiné, figura da lista de 21 doenças do género, constituindo-se numa parasitose invalidante causada pela saída por via cutânea da fêmea adulta do Dracunculus medinensis, um verme filiforme que pode atingir 60 a 100 centímetros.
“É considerada como doença tropical negligenciada, porque encontra-se nas zonas tropicais e afectam sobretudo pessoas de comunidades vulneráveis. A doença não dispõe de tratamento específico ou vacina para prevenção”, explicou
O ponto focal da OMS realçou que actualmente o Cunene constitui o epicentro da doença, por ser a única província no país que reporta casos do género.
Segundo o responsável, os últimos casos notificados em humanos, datam de Março de 2020, no município de Namacunde.
Mavitindi Sebastião considera os indicadores de “preocupante”, tendo realçando que a notificação de um único caso constitui alarme para a saúde pública.
Em 2022 foram confirmados sete casos.
A efeméride visa celebrar o aniversário da histórica Declaração de Londres, de 2012, que unificou parceiros entre sectores, países e comunidades para pressionar por mais investimentos e acções em Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). FI/LHE/OHA