Ondjiva - A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou a campanha de sensibilização sobre o diagnóstico, sintomas e prevenção da dracunculose em língua Oshiwambo, nas comunidades rurais da província do Cunene.
A dracunculose, mais conhecida como doença do verme da Guiné, é uma parasitose invalidante causada pela saída por via cutânea da fêmea adulta do dracunculus medinensis, um verme filiforme que pode atíngir 60 a 100 centímetros.
A informação foi prestada à ANGOP, esta quarta-feira, pelo ponto focal de luta contra a dranconculose da OMS, Mavatidi Sebastião, referindo que o processo decorre nos municípios de Namacunde e Cuanhama, onde as comunidades estão a ser capacitadas em Oshiwambo.
Disse terem sido treinados 22 agentes comunitários que estão a trabalhar em sete aldeias, nomeadamente Okapango, Oshimbango, Ndopogiyo, Okahandi, Engholo, Omala e Omupanda, sendo a língua oshiwambo como base primária da comunicação nas áreas rurais.
“A língua é fundamental para toda a comunicação. Se não há compreensão através da língua a mensagem fica ofuscada e não compreendida, e não se consegue transmitir o que se pretende”, sustentou.
Para o efeito, foram produzidos dois mil e 500 de folhetos, como recomenda a tradução dos materiais de sensibilização global, como ferramenta de gestão do programa adaptando-lhe ao contexto local para o tratamento de água e do programa das doenças tropicais negligenciadas.
A fonte considerou necessário as pessoas observarem as medidas preventivas contra a doença provocada pela ingestão de água contaminada pelo verme, daí ferver e filtrar com um pano antes do consumo.
O ponto focal da OMS realçou que actualmente o Cunene constitui o epicentro da doença, por ser a única província no país que reporta casos do género.
De Janeiro a Setembro do corrente ano, a OMS confirmou no Cunene 36 casos de dracunculose em animais (cães), das 37 amostras enviadas ao laboratório de Atlanta (EUA), contra os 85 de igual período anterior.
A nível do mundo a doença existe apenas em seis países de África, como Angola, Camarões, Chade, Sudão sul, Mali e Etiópia, sendo que a OMS espera erradicar a Dracunculose até ao ano de 2030.
Considerada como doença tropical negligenciada, por que encontra-se nas zonas tropicais e afectam sobretudo pessoas de comunidades vulneráveis, a doença não dispõe de tratamento específico ou vacina para prevenção.
De forma a incentivar o envolvimento das comunidades no combate à doença, a OMS atribui valores monetários de 75 mil kwanzas para aquelas pessoas que possam identificar um caso suspeita e notificar às autoridades da Saúde.FI/LHE/SEC