Ondjiva – A directora clínica do Hospital Geral de Ondjiva, província do Cunene, Eufrasina de Oliveira, aconselhou, esta quarta-feira, às mulheres cultivarem o hábito de realizar o auto exame da mama e consultas regulares, de modo a prevenir ou detectar precocemente casos de cancro.
O cancro da mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais que formam um tumor com potencial de invadir outros órgãos, com sintomas como cansaço frequente, perda de peso, dor na região mamária, entre outros.
Em declarações à ANGOP, a propósito da jornada “Outubro Rosa”, a médica disse ser importante que as mulheres tenham conhecimento dos sinais e sintomas mais comuns para identificar se estão diante ou não de um caso suspeito do cancro.
Disse que o fundamental é a prevenção primária do cancro da mama através do rastreio, por ser a principal defensora da doença, de modo a se evitar casos de mutilações ou morte.
Esclareceu que o rastreamento visa o controle pré clínico através de exames de rotina da mama que é feito uma vez por mês antes ou depois do período menstrual, ou pelo médico mediante exames de raio ou mamografia.
Para si, esta continua a ser a melhor forma de conhecer a anatomia dos “próprios seios”, o que vai ajudar a identificar rapidamente transformações que possam indicar o desenvolvimento de um cancro, como alterações na pele da mama, aumento de uma em detrimento da outra, endurecimento da mama, saída de secreção sanguínea, feridas ao redor do mamilo, caroços, entre outras.
Eufrasina de Oliveira apontou como factores de risco situações genéticas, o sedentarismo, tabagismo, obesidade, consumo excessivo de alimentos industrializados e muitos processados, irradiação ionizante, exposição de produtos químicos, entre outros.
Recomendou às mulheres a manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, assim como evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, como forma de prevenir a doença.
Entretanto, fez saber que a nível da unidade hospitalar não existem serviços específicos para diagnóstico e tratamento do cancro, sublinhando que os pacientes são encaminhados para a província da Huíla, Luanda ou a República da Namíbia.
“Os casos que dão entrada na nossa unidade hospitalar começam a ser abordados por um especialista de geno obstetra, que realiza exame de raio X e ecografias, mas para aqueles com estado avançado são feitas cirurgias para evitar que se propague a outra mama e a posterior orientação terapêutica no Lubango”, explicou.
A médica lamentou que muitos casos sejam tratados de forma tradicional e, por vezes, terminam em morte, sem dar entrada a uma unidade hospitalar.
Outubro Rosa é uma campanha de consciencialização que tem como objectivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer da mama.
A data, criada pela fundação Susan G.Komen for the Cure, surge no início da década de 1990, com vista a partilha de informações e promover a consciencialização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, bem como contribuir para a redução da mortalidade. FI/LHE/ART