Ondjiva - Cento e 48 crianças, menores de cinco anos, morreram em 2022 em consequência da desnutrição severa, na província do Cunene, contra 131 óbitos do ano de 2021.
A informação foi prestada esta quinta-feira pela supervisora do Programa Nutrição no Cunene, Esmeralda Muepukangue, realçando que o número de óbitos deve-se a chegada tardia dos pacientes às unidades de tratamento, poos grande partes dos óbitos aconteceram menos de 72 horas do internamento.
A supervisora fez saber que no período em causa, o sector registou sete mil 259 casos de desnutrição, sendo cinco mil 851 no programa para o paciente ambulatório e mil 408 nas unidades especiais de nutrição.
Por área administrativa, o município de Ombadja com dois mil 66 casos liderou o índice de desnutrição, seguido do Cuanhama com mil 878, Cahama com mil e 36 casos, Cuvelai 966, Namacunde com 930 e Curoca com 383 casos, respectivamente.
Dos casos diagnosticados, três mil e 722 foram curados e os restantes em seguimento.
Apontou como causas da desnutrição o desmame precoce, o abandono de infantis, falta de consumo de produtos nutritivos, insegurança alimentar das famílias, entre outras.
“Existe um fenómeno na província em que muitas jovens mães abandonam as crianças com as avós nos quimbos à procura de melhores condições na vizinha República da Namíbia, assim como de mulheres vendedoras que esquecem o horário alimentar das crianças”, sustentou.
Em termo de unidades especializadas para tratamento de desnutrição, disse que das 150 existentes, 111 dispõem de serviços de tratamento de desnutrição com técnicos especializados na área de nutrição.
Assegurou a intensificação de campanhas de sensibilização dos pais e encarregados de educação sobre educação nutricional a nível das comunidades e nas consultas, onde as mães são instruídas sobre os procedimentos adequados de alimentação, para o crescimento saudável do bebé. FI/LHE/VIC