Caxito – O Ministério da Saúde está a trabalhar em novas estratégias de comunicação, que visam o reforço do saneamento básico, a melhoria do abastecimento de água potável e, sobretudo, do trabalho comunitário para prevenir e combater o surto de cólera.
De acordo com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que trabalhou esta terça-feira na província do Bengo, impõe-se alguns ajustes na estratégia de combate à doença face ao aumento do número de casos.
Disse que o Bengo continua a ser uma grande preocupação, porque o número de casos tem aumentado consideravelmente nos últimos dias em áreas muito bem definidas como o Dande, Barra do Dande e Úcua, o que tem aumentado o risco de transmissão da doença.
Apelou ao envolvimento das comissões de moradores, igrejas, os Adecos, autoridades tradicionais e toda a comunidade nessa luta que, segundo a ministra, é de todos e não apenas do Ministério.
A ministra da Saúde esclareceu que a campanha de vacinação que está a decorrer não é uma campanha nacional, mas é direccionada às áreas mais afectadas.
Referiu que Angola recebeu 948 mil doses da vacina da cólera, dos 8 milhões do stock mundial, e a orientação da OMS é vacinar as áreas de risco.
“Para a província do Bengo, foram 64 mil doses para as áreas de risco, temos o mapeamento dos bairros mais afectados, de onde estão a vir os óbitos e os casos, é lá onde temos que actuar”, referiu.
A governadora do Bengo, Maria Nelumba, disse que a província está a cerca de 40 por cento da meta de vacinação estabelecida, frisando que as equipas de vacinação serão reforçadas com efectivos das FAA e alunos finalistas do Instituto Médio de Saúde e incidir a imunização nas zonas mais afectadas e nos mercados.
Disse que estão a reforçar o posicionamento dos centros de reidratação oral para que a população, mesmo que esteja distanciada dos centros de atendimento, possa começar, já, a ser reidratada.
“Com isso vamos ganhar tempo e evitar que haja mortes. Essa é a nossa preocupação fundamental e primordial, que diminua o número de mortes e de casos, porque, quanto mais casos existirem numa comunidade mais facilmente haverá a propagação da doença. A nossa estratégia tem que ser nessa direcção”, reiterou.
A província do Bengo registou nas últimas 24 horas 103 casos de cólera e três mortes em consequência da doença.
Desde o início do surto, a província do Bengo tem um cumulativo de 634 casos e 22 mortes. CJ/PA