Luanda – A expansão da rede dos serviços de luta contra a tuberculose em todas unidades sanitárias, com vista a melhorar e aumentar as taxas de cura e redução de abandonos, está entre as estratégias do Ministério da Saúde (MINSA).
A informação foi prestada, esta sexta-feira, à ANGOP, pela epidemiologista do Programa Nacional de Tuberculose em Angola, Ana Paula Silva, no quadro do Dia Mundial da Tuberculose, que hoje se assinala.
Uma das finalidades desta expansão, referiu, é fazer com que os serviços estejam mais próximos dos pacientes.
Adiantou que o MINSA tem ainda implementado projectos para a melhoria do seguimento dos faltosos na rede de serviços.
Do plano estratégico, informou, consta, igualmente, a localização de pessoas com síndromes respiratórias, para o diagnóstico precoce da doença e um tratamento oportuno, bem como uma maior sensibilização das comunidades.
Para a epidemiologista, a tuberculose é uma doença considerada prioridade para a saúde pública pois o país assumiu compromissos, no quadro dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, em reduzir os casos de tuberculose.
Para responder a este objectivos, com o lema “reduzir e eliminar a tuberculose”, é necessário um esforço conjunto com as comunidades na tomada de decisão.
Números da doença
Quinhentas 16 pessoas morreram de tuberculose no país, durante o ano de 2022, de um total de 68.836 casos registados.
Ana Paula Silva afirmou não existirem dados de 2021 e 2020 devido a pandemia da Covid-19.
Porém, afirmou que, devido a pandemia, o gráfico apresenta resultados de diminuição, pois a COVID ofuscou outras patologias, estando todas as acções viradas para dar resposta a referida doença.
De acordo com a especialista, a doença está presente em todos os grupos etários, incluindo crianças, dos 0 aos 4 anos com (2.232 casos) e dos 5 aos 14 com (4.506).
A província do Namibe possui o maior número de casos, seguida por Benguela, Bengo e Luanda.
Fez saber que a taxa de abandono está acima de 15 % e muitos acabam por fugir em caso de alguma recuperação.
“ Os pacientes com tuberculose devem seguir o tratamento com rigor, pois quem garante se está curado ou não é o médico, através do exame bacteriológico”, referiu.
Apesar disso, frisou que o número de pessoas curadas é elevado e trabalhos extensivos devem continuar a ser feito para que este número seja maior.
Lembrou que os doentes adquirem os medicamentos nas unidades sanitárias, gratuitamente, até o fim do tratamento.
Tuberculose e factores de risco
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afecta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.
A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
Entre os factores de risco, constam a diabetes, tabagismo, álcool e uso de outras drogas, alimentação, poluição do ambiente e determinantes sociais.
O diagnóstico precoce é uma ferramenta primordial para o sucesso no tratamento e evitar mortes.
A principal forma de prevenção da tuberculose é por meio da vacina BCG, que deve ser aplicada logo depois do nascimento ou, no máximo, até os quatro anos de idade.
Sintomas
Os sinais e sintomas da tuberculose activa são: tosse com duração de três ou mais semanas, expectoração com sangue, dor no peito, nas costas, perda de peso, fadiga e febre.
A doença leva entre seis a um ano de tratamento, com um severo cumprimento.
A prevenção deve estar na base do atendimento em todos os níveis, tanto primário, secundário e terciário.
O primário aborda factores de risco, o secundário sobre o diagnóstico precoce e tratamento oportuno e o terciário a reabilitação do paciente ou seja o acompanhamento para evitar a morte. EVC/ART