Benguela – Dezenas de médicos especialistas foram distribuídos pelos principais centros de saúde da periferia da cidade de Benguela, com o objectivo de diminuir o fluxo de pacientes nas unidades hospitalares da região, soube a ANGOP.
Em causa está um projecto do Gabinete Provincial de Saúde, visando facilitar o acesso da população às consultas de medicina geral, gastroenterologia, pediatria, medicina interna, ortopedia e psiquiatria nos centros de saúde dos bairros da Fronteira, Navegantes, Cambanda, Tchipiandalo, Caota, Graça, Asseque, Damba-Maria.
Em entrevista à imprensa, o director do Gabinete Provincial de Saúde, António Cabinda, havia revelou que, com a distribuição de médicos na periferia, conseguiu reduzir-se o tempo de espera de três meses ou mais para menos de um.
Daí o responsável ter considerado que o projecto de médicos especialistas na periferia estava a funcionar com bons resultados, visto que reduz significativamente a lista de espera.
Porém, explicou que o município de Benguela foi seleccionado para o arranque, em 2023, deste projecto-piloto que leva médicos ortopedistas, cardiologistas, internistas, cirurgiões e uma psiquiatra à periferia, para um atendimento humanizado da população.
“Quase todas as especialidades existentes nas unidades hospitalares diferenciadas estão na rede periférica no período da tarde”, explicou o director da Saúde, prometendo que vão ser criadas condições para expandir o serviço para a periferia do Lobito e, depois, para o interior da província.
António Cabinda mostra-se satisfeito porque as enchentes que se registavam na unidade de Consultas Externas do Hospital Geral de Benguela (HGB) reduziram, com a distribuição dos médicos pelos centros de saúde periféricos.
É que, segundo o gestor, está-se a criar um fluxo para que a área de consulta externa possa dar respostas de imediato e, assim, os médicos prestarem atenção exclusiva aos doentes das urgências, visando uma melhor qualidade assistencial.
Outra novidade, de acordo com a fonte, é a introdução nas unidades hospitalares do Sistema de Triagem Manchester (STM), de modo a identificar os pacientes prioritários no atendimento de emergência.
Consultas hospitalares de tarde
António Cabinda adiantou que as consultas médicas de especialidades já estão disponíveis no período da tarde, sendo que antes os especialistas das unidades hospitalares só atendiam de manhã.
Esta abertura, apontou, está a permitir aos utentes fazer consultas de cardiologia, endocrinologia, neurologia e gastroenterologia em diferentes unidades, inclusive nos centros periféricos do município de Benguela.
Dessa forma, reconhece que o fluxo de pacientes está já a reduzir significativamente.
Até os outros médicos não especialistas do Hospital Geral de Benguela (HGB) também já começaram a fazer consultas externas de tarde e aos fins de semana, observou o entrevistado.
“Também tivemos que abrir consultas de tarde no Centro Oftalmológico de Benguela, com uma demanda muito grande e assim termos a lista de espera cada vez mais reduzida”, anunciou.
Por outro lado, afirmou que estão a ser feitos esforços, de tal maneira que nas consultas de especialidades haja exames nunca antes realizados em Benguela, situação que obrigava os pacientes a deslocar-se para outras províncias, principalmente Luanda.
Na entrevista, o director da Saúde deu garantias de que as consultas de especialidades incluem, igualmente, a disponibilização de boa parte dos medicamentos aos utentes, como a insulina para os doentes diabéticos e anti-hipertensivos. JH/CRB