Huambo – A província do Huambo carece de um hospital de oncologia, para evitar a transferência de doentes com cancro para Luanda, capital do país, tendo em conta o número elevado de casos diagnosticados semanalmente.
Localizada no Planalto Central de Angola, a região conta apenas com um núcleo de Oncologia, que funciona na secção de Cirurgia do Hospital Geral do Huambo, com um diagnóstico acima dos 900 casos/ano, na razão de 20 diagnósticos em cada semana.
Trata-se, conforme o coordenador do Núcleo local de Oncologia, Domingos Eduardo Catoquessa, em declarações à Angop, de uma situação bastante preocupante, por ser já um problema de saúde pública.
Face à situação, disse ser necessário que a província tenha um hospital de oncologia, equipado com tecnologia de ponta e recursos humanos capazes de garantirem uma assistência médica/medicamentosa desejada.
Domingos Eduardo Catoquessa referiu que a falta de uma unidade sanitária específica tem condicionado o atendimento dos doentes, sobretudo os mais graves, que têm sido transferidos para o Centro de Oncologia de Luanda, envolvendo elevados custos.
Para além da carência de uma unidade hospitalar vocacionada ao tratamento de doentes com cancro, adiantou que o Huambo precisa, igualmente, de médicos especializados, por contar apenas com um especialista.
Informou que a província regista mensalmente três óbitos por câncer, uma taxa que, nos últimos anos, tem aumentado significativamente.
O interlocutor apontou os cancros da mamã e do colo do útero, nas mulheres, e da próstata aos homens, como os mais frequentes.
Relativamente às causas, disse estarem associadas a factores genéticos, ao consumo excessivo de medicamentos, além das consequências do conflito armado que assolou o país durante quase três décadas.
Referiu que os casos mais graves, que na sua maioria chegam em estado terminal, têm dificultado as equipas médicas a darem resposta desejada, porquanto os pacientes ainda preferem fazer outros tipos de tratamentos antes de chegarem às unidades sanitárias.
Por isso, apelou a população a cultivar hábitos de prevenção, consultando regularmente os especialistas em medicina, para que sejam prematuramente diagnosticados e seguidos.
O Núcleo de Oncologia da província do Huambo, que funciona há três anos, se dedica ao diagnóstico e tratamento de pacientes com sintomas leves, internar os moderados e encaminhar os mais graves por necessidade de radioterapia e quimioterapia ao Centro de Luanda.