Mavinga - A falta de serviços de hemoterapia, laboratório de baceloscopia, Raio X e de estomatologia no Hospital Municipal de Mavinga (HMM), capital da província do Cuando, constitui uma das principais preocupações dos utentes locais.
A preocupação foi apresentada hoje, quarta-feira, à imprensa, pela médica familiar do HMM, Yara Lopes, quando apresentava o quadro funcional da unidade sanitária de referência, nessa localidade.
Segundo informou, desde a entrada em funcionamento, em 2011, até a data presente, o hospital não dispõe destes serviços, bem como os de imagiologia completa, ortopedia, nem cadeia de conservação de bolsas de sangue.
De acordo com a médica, actualmente estão disponíveis serviços de pediatria, medicina interna, laboratório, maternidade, consulta interna e farmácia.
A médica informou que o HMM controla quatro médicos, 26 enfermeiros, cinco técnicos de diagnóstico, cifras que considera insuficientes para atender a demanda.
Em relação à situação epidemiológica, Yara Lopes fez saber que, em 2024, o hospital registou 18 mil 479 casos de malária, contra 19 mil 186 de 203, com apenas quatro óbitos hospitalares.
Segundo sinalizou, a redução de casos positivos de malária deveu-se ao reforço da classe médica, que prontamente implementou o protocolo do Ministério da Saúde, relativo à intensificação de palestras sobre a melhoria das formas de tratamento de pacientes com malária grave e complicada.
Manifestou-se também preocupada com casos de gravidez precoce, que afecta adolescentes com 13 e 17 anos.
Ainda assim, enfatizou as acções de sensibilização que têm sido promovidas para se inverter o quadro, em que as causas apontadas são a fome e a falta de educação sexual dentro do seio das famílias.
De referir que o município de Mavinga, capital da província do Cuando, tem uma extensão territorial de 44 mil 342 quilómetros quadrados e uma população estimada em mais de 30 mil habitantes. ALK/FF/PLB