Cacuaco – As autoridades tradicionais do município de Cacuaco comprometeram-se a lançar junto das comunidades locais um programa de sensibilização dos seus membros para proteger o Hospital Geral Heróis de Kifangondo (HGHK), recentemente inaugurado.
No seu entender, os munícipes de Cacuaco devem encarar a nova infra-estrutura sanitária como um património de todos os angolanos e não apenas só do seu município
Em recentes declarações à ANGOP, os sobas António Falcão, José Sotto Maior e António da Conceição agradeceram a homenagem feita aos heróis da Batalha de Kifangondo, que deu nome ao novo Hospital.
Expressaram o seu reconhecimento em nome de todos aqueles que com eles participaram na Batalha iniciada, a 10 de Novembro de 1975.
Por seu turno, o administrador municipal, Auzílio Jacob, também apelou aos munícipes para preservar o estabelecimento, como um bem público que servirá igualmente para outras gerações.
Com um total de 300 camas para internamento das quais metade para a pediatria, o HGHK foi inaugurado pelo Presidente João Lourenço, em 19 de Julho de 2024.
Trata-se de uma unidade hospitalar de nível terciário, localizada no distrito urbano do Sequele, onde vai empregar cerca de mil e 200 pessoas, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal administrativo.
Fim da referenciação
Com a entrada em funcionamento do Heróis de Kifangondo, o município de Cacuaco deixa de encaminhar os seus pacientes a hospitais de outras jurisdições, que sempre foi uma das maiores dificuldades da circunscrição.
Segundo o administrador Auzílio Jacob, a grande dificuldade era referenciar os doentes para os hospitais de outros municípios como o Américo Boa Vida e o Josina Mache.
“Hoje, essa referenciação acaba”, frisou Jacob, argumentando que com o novo hospital “não haverá” necessidade de levar os doentes para outros territórios.
O responsável explicou que a entrega do HGHK “consolida” o sistema de saúde do município que sai mais reforçado, enquanto outras unidades se encontram em obras.
Como exemplo, citou as obras dos centros materno-infantis dos bairros da Paz e do Rio Seco (Sequele), bem como os do Alto Kifangondo, do Paraíso (Mulenvos) e do 22 de Janeiro que vão contar com 60 a 70 camas cada.
A fonte não avançou as datas para a conclusão dessas obras, nem os montantes empregues até agora.
Actualmente, a circunscrição tem em funcionamento o Hospital Municipal de Cacuaco, apetrechado com meios de diagnósticos modernos, farmácia e laboratórios, para além dos sistemas primário e secundário de saúde.
Estes últimos incluem postos de saúde e centros materno- infantis, que também funcionam na plenitude, acrescentou.
De acordo ainda com o administrador, o Heróis de Kifangondo, com as suas grandes valências, está preparado para tratar várias enfermidades, destacando-se o Centro Oncológico Pediátrico, que também atende a adultos, uma vez que comporta várias especialidades.
Para a humanização desses serviços, defendeu ser fundamental continuar a investir na formação de quadros e na criação de condições para que as vias de comunicação que conectam o sistema de saúde estejam todas reparadas, e melhorar a qualidade de serviços prestados.
Novo roteiro
O administrador municipal acrescentou que Cacuaco entra agora para um novo roteiro, oferecendo a possibilidade de conexão com as demais províncias, através do Bengo e do Uíge bem como do Cuanza-Norte e do Cuanza-Sul, sem a obrigatoriedade de passar pela cidade de Luanda.
Por esse facto, disse, Cacuaco acaba sendo um ponto de chegada de qualquer cidadão que tenha necessidade de ser atendido nos serviços de saúde, na capital do país.
Lembrou que, no âmbito do projecto de expansão das vias de comunicação, estabeleceu-se a ligação entre os troços que fazem a conexão entre as estradas número 100 a 110 e a via expressa para o distrito do Sequele.
Existe igualmente alguma facilidade em transportes como os autocarros públicos que saem do Sequele para a baixa de Luanda (Bailezão), disse.
O município de Cacuaco, que comporta os distritos urbanos do Sequele, Sede, Mulenvos de Baixo e Kikolo e a comuna da Funda, conta agora com 21 unidades de saúde de vários níveis para atender 1,2 milhões de habitantes. COF/SEC/IZ