Lubango - Três a quatro pacientes com doença mental são anualmente abandonados por familiares no Hospital Psiquiátrico do Lubango, província da Huíla e a unidade perdeu o contacto com os parentes.
Na maior parte dos casos trata-se de doentes de outras províncias do país, que após alta médica são forçados a manter-se “internados”, já que não têm para onde ir, informou hoje, quinta-feira, o director-administrativo da unidade, Idesibal Aldino.
Em declarações à ANGOP, nesta cidade, o responsável disse que a situação é preocupante e tende a agravar-se a cada ano, pois até à presente data o Hospital tem o registo de 69 doentes nessa condição, alguns deles há 20 anos.
A psiquiatria, segundo fez constar, tem uma capacidade de 50 camas e há mais de dois anos o internamento é sempre superior, devido aos abandonados, tendo apelado o bom-senso das famílias, no sentido de reintegrá-los tão logo recebam alta, de modo a dar lugar a outros.
Conforme a fonte, é preciso que a sociedade e as famílias entendam que o hospital não é um lugar para se viver, mas um local para receber tratamento por um determinado período de tempo e depois regressar-se ao convívio familiar.
Idesibal Aldino destacou que de Janeiro a Junho do ano em curso, o Hospital realizou duas mil 696 consultas, que resultaram em 166 internamentos, sendo que 84 receberam alta, mas só 23 foram reintegrados no seio familiar.
Atualmente tem 75 doentes internados, sendo 53 homens e 22 mulheres.