Lubango – A doença de Parkinson ainda é pouco conhecida pelas pessoas que ignoram os sintomas, confundindo-os com os de outras patologias como Acidentes Vasculares Celebral (AVC).
O alerta veio da neurologista Julcileia Muenho, em declarações à Angop, no Lubango, no âmbito do Dia Mundial da Doença, assinalado domingo último.
A doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa que afecta principalmente a produção de dopamina a nível do sistema nervoso central, substância importante para o controlo motor do organismo.
De acordo com a especialista, se desconhece o número de pessoas afectadas, porque os cidadãos não conhecem a doença, defendendo, por isso, maior divulgação dos sintomas.
Porém, fundamentou que a doença é rara e pouco diagnosticada entre as pessoas de raça de negra, não descartando, no entanto, as existência de vários casos nas comunidades, para além dos três pacientes que estão a ser acompanhados no Hospital Central do Lubango.
No seu entender, é fundamental que as pessoas conheçam os sintomas da doença de Parkinson, a fim de terem um diagnóstico precoce e ajudar o paciente a ser atendido de forma completa.
Lamentou, por outro lado, a falta de medicamentos convencionais para o tratamento da enfermidade, entre eles a levodopa (L-dopa), a mais conhecida.
Explicou que os medicamentos só chegam à Huíla por encomenda, ao custo de 30 mil Kwanzas por cada dose, um processo que dura 20 dias.
“De outra forma, quando os pacientes não têm possibilidades recorrem à medicina tradicional, que não é contra-indicada, mas a questão prende-se com a dosagem, que muitas vezes pode criar outras situações gravosas”, afirmou.
A doença não tem cura e atinge um por cento da população mundial acima dos 65 anos de idade, segundo a Organização Mundial da Saúde, que assinala o 11 de Abril, como dia de reflexão sobre este mal.
Entre os sintomas, destaca-se a rigidez a nível das articulações, lentidão para realizar movimentos finos e simples, como dificuldade em abrir uma porta, garrafa de água, escrever, coser, entre outros.
A doença tem estágios de um a quatro, sendo que no primeiro o paciente é independente, consegue levar uma vida normal, mas ao atingir o quarto estágio, fica dependente por completo, com pouca resposta do tratamento, o que pode acontecer em idosos com mais de oito anos sem o tratamento adequado.
A data foi criada em homenagem a James Parkinson, um médico inglês que nasceu a 11 de Abril de 1755, que descreveu a doença pela primeira vez em 1817.