Ondjiva- Cento e 18 mil e 283 casos de malária, com 245 óbitos foram diagnosticados durante o ano de 2024, em diversas unidades sanitárias da província do Cunene, contra os 97 mil e 958 do período anterior.
Comparativamente ao período homólogo, registou-se o aumento de 20 mil e 325 casos da doença e 96 óbitos.
Por área administrativa, o município mais afectado foi o Ombadja com 39 mil e 733 casos, seguido do Cuvelai com 29.331, Cuanhama 23 mil 545, Cahama 16 mil 944, Namacunde seis mil 162 e o Curoca com dois mil 568 casos respectivamente.
A informação foi prestada quinta-feira pelo chefe de saúde pública e controlo a endemias do Gabinete Provincial da Saúde no Cunene, Félix Satyohamba, referindo que a malária contínua a ser a maior causa de morbi-mortalidade na região.
Disse que o aumento de óbitos, deve-se a chegada tárdia de pacientes às unidades sanitárias, sendo que na sua maior parte entraram em estado grave e por vezes os técnicos sobretudo das unidades periféricas não dispõem de aptidões para fazer gestão de casos graves.
Em declarações à ANGOP a propósito da situação epidemiológica da província, fez saber que no ano findo foram registados casos de surto da doença na povoação de Calueque e no Oshimolo, o que elevou as actividades de busca activa nas comunidades, visando o controlo e combate à doença.
Referiu que o Ombadja e Cuvelai constituem os municípios mais endémicos devido às características climáticas, sendo estas regiões frias com acesso a rios e vegetação.
Félix Satyohamba disse que há cinco anos que a província não realiza campanha de distribuição massiva de mosquiteiros, sublinhando que os disponíveis são entregues às mulheres grávidas, crianças menores de cinco anos e idosos, assim como nas localidades afectadas pelo surto.
Entretanto, afirmou que para contrapôr a doença, há necessidade de se reforçar cada vez mais o saneamento básico e o uso frequente do mosquiteiro.
A par da malária explicou que as doenças respiratórias e diarréicas, situação da desnutrição tendo em conta a fome que assola a região, devido a seca cíclica, constituem outra preocupação neste domínio.
Nesta senda, sublinhou foram registados 51 mil e 905 casos de infecções e doenças respiratórias agudas em crianças menores de cinco anos, destes 53 evoluíram a óbitos.
Comparativamente ao ano de 2023, houve um decréscimo de sete mil e 641 casos e 61 óbitos.
Apontou ainda o registo de 31 mil e 353 casos de doenças diarreicas, com 25 mortes, contra os 29 mil e 584 casos e 51 óbitos, anteriores.
Félix Satyhamba afirmou que no período em referência foram assistidos oito mil e 873 casos de doença hipertensiva, destes 17 levaram a óbito, contra os 11 mil 284 casos e 34 óbitos do ano de 2023.
Relativamente à sarna, ressaltou a redução de 50 por cento dos casos, sendo que em 2024 tiveram o registo de sete mil e 423, contra os 14 mil e 451 do período anterior.
Acrescentou que a doença ao longo dos últimos dois anos afectou grande parte das comunidades rurais, sendo que a sua redução deve-se ao reforço das medidas preventivas, acesso a água melhorado e a higiene familiar.
Ainda no âmbito da situação epidemiológica, a província notificou oito mil e 317 casos de desnutrição, com 141 mortes em crianças menores de cinco anos, menos mil e 465.
O boletim indica o diagnóstico de cinco mil 236 casos de febre tifóide e seis mortes, com aumento de 196, 944 casos de shistossomiase, 510 de tosse convulsa, 311 de sarampo e 39 de dracunculose.
Destaca-se ainda a assistência de quatro mil e 639, pacientes por traumatismo de acidentes rodoviários, destes oito resultaram em óbitos.
A província do Cunene dispõe de uma rede sanitária composta por 161 unidades sanitárias, destes um hospital geral provincial, seis hospitais municipais, um missionário, 44 centros, 109 postos, perfazendo um total de mil e 941 camas.FI/LHE/SEC
