Cubal – Quatro pessoas morreram vítimas de VIH/Sida, no primeiro semestre deste ano, no município do Cubal, província de Benguela, informou esta sexta-feira, o director local da Saúde, Adriano Cambali.
Segundo o responsável, que falava à ANGOP, comparativamente a igual período de 2023, houve o acréscimo de um óbito.
Adriano Cambali disse que a nível do município do Cubal estão controlados 100 pacientes portadores da doença, que são assistidos regularmente e recebem os antiretrovirais de forma gratuita.
O director explicou que a maioria dos seropositivos recebe tratamento médico no Hospital Nossa Senhora da Paz, afecto à igreja Católica, muitos dos quais são oriundos de outras províncias do país.
Quanto a tuberculose, que muitas vezes está associada ao VIH, Adriano Cambali adiantou que a referida unidade sanitária (Católica) regista semanalmente oito casos.
O responsável afirmou que o município do Cubal conta com seis unidades de tratamento da tuberculose, distribuídas por algumas comunas e localidades, mas que a de referência é o Hospital Nossa Senhora da Paz.
Relativamente a malária, considerada uma das doenças que mais mata no país, Adriano Cambali revelou que foram registados, no primeiro semestre de 2023, 13 mil e 223 casos, mais 711 comparativamente ao mesmo período de 2022.
“Estes casos resultaram em 23 mortes, menos 46 em relação a igual período do ano passado”, acrescentou.
Segundo explicou, comparativamente a épocas anteriores de cacimbo, este ano os casos de malária tendem a subir no município, quando se previa um declínio por conta do clima bastante frio.
Questionado sobre o programa de combate anti-larval, o director lamentou a falta de recursos para implementar esta acção, que passa pela aquisição de alguns meios e produtos como gasóleo, insecticidas, material gastável (luvas, máscaras e botas), bem como transporte, o que está a tornar difícil a luta contra a enfermidade.
Adrano Cambali assegurou que a instituição que dirige tem, no entanto, desenvolvido campanhas de sensibilização e de distribuição de mosquiteiros nas comunidades, com realce para as mães grávidas e crianças dos zero aos cinco anos de idade.
Disse ainda que para atender as zonas de difícil acesso, que não possuem uma unidade sanitária, foram criadas brigadas hospitalares que se deslocam periodicamente a elas.
Quanto ao banco de sangue, frisou que, semanalmente, familiares e dadores voluntários têm garantido o stock para realização de uma média de oito transfusões diariamente.
Por outro lado, deu a conhecer que o bloco operatório do Hospital Municipal do Cubal registou nos últimos seis meses 191 cesarianas e 224 outras cirurgias.
Casos de má-nutrição e dificuldades
O director municipal da Saúde revelou que o Cubal registou, no primeiro semestre de 2023, 774 casos de má-nutrição que resultaram na morte de dez crianças.
Na sua óptica, a nível do Cubal, os casos de má-nutrição devem-se sobretudo à negligência de algumas famílias que se furtam em garantir alimento saudável às crianças, ao desmame precoce, bem como à precária situação social de algumas famílias.
O responsável apontou como principais dificuldades do sector no município, a falta de médicos de traumatologia, genico-obstetras e cirurgiões, bem como especialistas em pediatria.
Entre os principais desafios, Adriano Cambali apontou o trabalho contínuo no sentido de levar assistência médica e medicamentosa às zonas periféricas, sobretudo às crianças.
A sede municipal do Cubal conta com dois hospitais e onze postos médicos que atendem 219 mil e 659 habitantes.
A Direcção da Saúde no Cubal controla 566 funcionários, destes 29 são médicos, 22 enfermeiros, 31 técnicos de enfermagem e 47 técnicos de diagnósticos e terapêuticos. CRB