Ndalatando – Cento e quarenta um mil casos de malária, com 117 mortes, foram registados na província do Cuanza Norte de Janeiro a Maio deste ano, informou o responsável do Programa de Controlo e Combate à Malária, Gonçalves Tandala.
No primeiro semestre de 2020, a província registou 155 mil 588 casos e 197 óbitos e até ao final de 2020 testaram positivo 299 mil 769, com 344 óbitos.
Em declarações à ANGOP, Gonçalves Tandala informou que os municipios mais afectados são Cazengo (37.026 casos), Lucala (19.122), Ambaca (15 005), Quiculungo (12.954), Golungo Alto (12.198) e Cambambe (11.453).
Explicou que todos os anos, o número de casos tende a subir de Abril a Junho, por causa da situação ecológica da província e da chuva que causa o aumento de bacias de água, favoráveis à multiplicação de mosquitos.
Outra situação que tem contribuído para o aumento de casos, segundo o entrevistado, tem a ver com a falta de um plano integrado de combate e controlo da malária.
Disse que entre 2014 a 2015, na província realizavam-se acções combinadas nos municípios para o combate e controlo da doença, a impregnação com Bactiv, em locais de reprodução de mosquitos, pulverização intra e extra domiciliar e a distribuição de mosquiteiros impregnados com insectida de longa duração, sobretudo, a mulheres grávidas e com crianças menores de 5 anos de idade.
Com a crise económica e financeira que assola o pais, o sector na província está sem condições para realizar estas acções e apenas alguns municípios, como a Banga e Cazengo, fazem pulverização, mas o resultado não é o esperado.
O director indicou que a resistência da população em usar o mosquiteiro também tem contribuído para o aumento de casos.
Disse que muitos cidadãos são negligentes e usam o mosquiteiro para pesca, protecção de canteiros e não para a prevenção da malária, alegando que o produto com que é tratado faz mal ao homem.
Rodrigues Tandala esclareceu que o produto biológico usado para impregnar o mosquiteiro com insecticida apenas mata mosquitos e não faz mal ao homem.
Explicou que quanto mais casas tiverem mosquiteiros tratados com insecticida de longa duração maior será a redução de mosquitos na região.
Pediu a população que utilize também redes nas janelas para impedir a entrada de mosquitos nas residências e a evitar água parada e acumulação de lixo.
Anunciou a intenção de, a partir de Maio de 2022, realizar-se uma campanha massiva de distribuição de mosquiteiros.
Recomendou à população a acatar os conselhos para a prevenção da doença ,dirigir-se à uma unidade de sanitária aos primeiros sinais de febre e a mulheres grávidas que adiram à consulta pré-natal para evitar a malária.