Huambo – A família da última vítima mortal da Covid-19, na província do Huambo, anunciada terça-feira, pela Comissão Inter-ministerial de Prevenção e Combate a esta pandemia, denunciou, esta quarta-feira, incumprimentos de procedimentos exigidos, por parte do Hospital Central local.
Em causa, de acordo com Américo Mário, irmão da vítima, está uma tentativa da entrega, momento depois da morte, do corpo à família para a realização do funeral, situação que viola as normas impostas de procedimentos de mortos por Covid-19.
A fonte adiantou que o acto não se consumou, porque a família não dispunha, na altura, de meios necessários (viatura e urna) para transladar o cadáver para a residência e cumprir os demais procedimentos de um funeral normal.
Segundo ainda a fonte, a família soube apenas que o seu parente era vítima da Covid-19, depois de ter contacto com o boletim do óbito passado pela instituição hospitalar e ter já negado a recepção do cadáver.
Para além desta situação, apontou igualmente a falta de um acompanhamento necessário, por parte da Comissário Multi-sectorial de Prevenção e Combate à Covid-19 na província do Huambo, que até ao momento da realização da entrevista, não rasteou os contactos directos e indirectos da vítima mortal para serem submetidos aos testes e posterior isolamento.
Em resposta, o director do Hospital Central do Huambo, Hamiltom dos Prazeres Tavares, negou todas as acusações que pesam sobre a instituição que dirige, referindo tratar-se de um mau entendimento, por parte da família da vítima, em relação a informação passada pela equipa de manuseio de mortos por Covid-19.
O responsável assegurou que a vítima foi submetida ao teste de Covid-19, logo depois do seu internamento, em função dos problemas do fórum respiratório que apresentava e anexado ao processo o resultado das análises, tendo posteriormente comunicado aos famíliares.
Avançou, por outra, que o Hospital Geral possui condições necessárias para o tratamento devido, dentro das suas competências, de situação de gênero, desde o isolamento dos cadáveres e entrega às autoridades competentes para a realização do funeral.
A vítima, uma cidadã de 34 anos de idade, deu entrada no Hospital Geral do Huambo, a partir do Banco de Urgência da Maternidade, para os serviços de partos e com alguns problemas do fórum respiratório, tendo morrido momentos depois de dar à luz ao seu quinto filho.
Com a morte desta cidadã, que residia no bairro Sassonde, arredores da cidade do Huambo, a província totaliza quatro óbito por Covid-19, resultantes de 102 casos diagnosticados deste Setembro último, 54 dos quais recuperados e 42 activos.´