Ndalatando – Duas cidadãs angolanas, residentes na província do Cuanza Norte, foram expulsas da residência familiar por serem portadoras do vírus HIV/SIDA denunciou, quarta-feira, o coordenador local da Rede Angolana de Organizações de Serviços de SIDA (ANASO), Domingos André António.
Em entrevista à ANGOP no quadro do 1 de Dezembro (Dia Mundial de Luta contra a Sida), Domingos André informou que as jovens foram acolhidas por membros da organização.
Para inverter o quadro da estigmatização, indicou que a ANASO tem trabalhado na sensibilização das famílias, promoção de palestras e seminários sobre os riscos e métodos de prevenção da pandemia.
Domingos André António lamentou o facto da ANASO não contar com uma fonte de financiamento para os seus projectos, que dependem das contribuições dos membros.
Em alusão à data, a organização está a promover uma campanha para o apoio moral e distribuição de sopas aos portadores de VIH-Sida internados no Hospital Sanatório de Ndalatando, que se debatem com dificuldades económicas.
A organização está também a trabalhar no apoio moral das vítimas de transmissão dolosa, com a abertura de dois processos crimes, este ano, um dos quais resultou na condenação do autor, a cinco anos de prisão.
Para o reforço das acções de prevenção, a organização distribuiu, durante uma marcha, 10 mil preservativos e panfletos informativos sobre a doença.
Este ano, a província registou 833 casos de VIH-Sida, num universo de 27.662 pessoas testadas, de acordo com o coordenador provincial do Programa de Luta Contra a Sida, António Janeiro.
Entre os casos positivos estão 102 gestantes, num universo de 9.475 mulheres.
Comparativamente ao ano 2020, o entrevistado indicou a redução de 74 casos positivos e de menos 8.785 indivíduos testados.
A província regista uma taxa de seroprevalência na ordem de 2%.
A província do Cuanza Norte tem de 23 centros de testagem e aconselhamento do VIH-Sida, nos dez municípios, dos quais 11 estão localizados no município Cazengo (sede provincial).