Huambo – O tratamento de doentes com cancro no Centro de Oncologia do Hospital Geral do Huambo, em funcionamento desde 2019, está limitado apenas ao diagnóstico e a psicoterapia, por carência de serviços de quimioterapia e radioterapia.
Em declarações hoje, sexta-feira, à ANGOP, o responsável do centro, Matias Gourgel Atende, disse que a falta destes serviços, que permitem a destruição da célula cancerígena, tem feito com que, em média semanal, sejam encaminhados quatro a cinco pacientes ao Instituto Nacional de Oncologia em Luanda.
O responsável referiu que, apesar da promessa do Ministério da Saúde de implementar as áreas de quimioterapia e radioterapia no centro do Huambo, a situação continua preocupante, visto que as deslocações constantes para Luanda acarretam consigo elevados custos financeiros, para além do desgaste físico e emocional do doente.
Informou que desde a abertura do centro (2019) até à presente data, foram assistidos mil 174 pacientes com cancros diversos, que resultaram em 366 óbitos, na sua maioria, detectados em estado terminal, dos quais 148 morreram no hospitalar e outros 218 com mortes extra-hospitalar.
O responsável disse terem sido realizadas 196 cirurgias de cancro do colo do útero, da mama, do esófago, da pele e dos ossos, a igual número de doentes das províncias de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cuanza Sul, Huambo e Moxico.
Matias Gourgel Atende referiu que o centro acompanha, neste momento, 112 doentes, 32 dos quais com estágio terminal, que recebem assistência de psicoterapia e cuidados paliativos.
Destacou que o cancro da mama e o do colo do útero, que afecta as mulheres maiores de 35 anos de idade, como os mais frequentes no centro, com uma capacidade para internar 14 doentes.
Por isso, aconselhou a população a promover hábitos virados a consultas de rotinas, dieta alimentar saudável, prática de exercícios físicos, bem como a evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabaco.
Em funcionamento desde 24 de Setembro de 2019, este serviço especializado, presta apenas sessões de psicoterapia a cidadãos com câncer da mama, do colo do útero, digestivo, da próstata, da pele, dos ossos e do pulmão.
A instituição conta com um laboratório de anatomia patológica e ou serviço clínico, um oncologista, dois cirurgiões e dez enfermeiros, que tratam de todos os doentes, enquanto aqueles com estágio terminal são devolvidos para os cuidados paliativos.
Além destes serviços, o Hospital Geral, com capacidade para internar 800 doentes, presta atendimento nas especialidades de medicina geral, cirurgia geral, ortopedia, pediatria, endoscopia, ginecologia, obstetrícia, dermatologia, hemodiálise, psiquiatria, citologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e estomatologia,
Constam ainda os serviços de imagiologia (raio x, ecografia, TAC e ressonância magnética), de mamógrafo, esterilização, neurologia, cardiologia, hemoterapia, psiquiátricos, laboratório de análises clínicas e cuidados intensivos, cujo funcionamento é assegurado por mil e 100 trabalhadores, entre médicos, técnicos de diagnóstico e terapêutico, enfermeiros e administrativos.