Malanje - Quatrocentos e 32 novos casos de malnutrição foram diagnosticados em crianças dos zero aos 7 anos de idade, em Malanje, em 2020, representando um aumento de 90 casos em relação a 2019.
De acordo com o supervisor do programa provincial de nutrição, Pedro da Gama, dos casos registados, quatro resultaram em óbitos (menos quatro que em 2019), tendo apontado os municípios de Malanje, Calandula, Mucari, Cangandala, Kiwaba Nzoji como sendo os de maior prevalência.
A fonte citou a vulnerabilidade das famílias como a principal causa da subida dos casos de malnutrição na região, porquanto muitas mães, maioritariamente vendedoras ambulantes, deixam os petizes em casa e vão à busca de mantimentos, forçando-os a ficar horas sem qualquer refeição.
Por esse facto, o programa tem desenvolvido palestras que visam alertar as mães sobre os cuidados a ter com a dieta alimentar das crianças, de modo a reduzir o registo de novos casos.
Por outro lado, Pedro da Gama fez saber que recebem, em média, cinco crianças/dia com a referida patologia, estando nesta altura em acompanhamento 19 crianças no Hospital Provincial Materno Infantil, uma das quais com malnutrição severa.
Lamentou a ruptura do stock de suplementos F75 e F100, o que tem reduzido a capacidade de resposta e obrigado o uso de farinha de milho como alternativa.
Estudos da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Infância) apontam que pelo menos uma em cada três crianças com menos de cinco anos – acima de 200 milhões em todo o mundo – está desnutrida ou com sobrepeso.
Quase duas em cada três crianças entre seis meses e dois anos de idade não recebem os alimentos capazes de sustentar o crescimento rápido do seu corpo e cérebro.
Tal situação, conforme a pesquisa, coloca em risco o desenvolvimento cerebral das crianças, deixando-as sujeitas a dificuldades de aprendizagem, baixa imunidade, ao aumento de infecções e, inclusive, levando-as a morte.