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Cancro é quarta causa de morte no Hospital Central do Lubango

     Saúde              
  • Huíla • Sábado, 04 Fevereiro de 2023 | 16h49
Vista parcial do Hospital Central do Lubango
Vista parcial do Hospital Central do Lubango
Joaquim Morais

Lubango - O cancro passou da 11ª para a quarta principal causa de morte no hospital central do Lubango “António Agostinho Neto”, perdendo apenas para o Acidente Vascular Cerebral (AVC), as broncopneumonias e os traumas causados por acidentes de viação.

A informação foi avançada hoje, sábado, no Lubango pela directora da unidade sanitária, Maria Lina Antunes, referindo que em 2019 o cancro era a 11ª causa de morte, mas com a entrada em funcionamento do centro de oncologia, em 2022, a taxa “disparou”.

A gestora hospitalar que falava no quadro do Dia Mundial do Cancro que hoje se assinala, explicou que o número agravou-se em função de actualmente estar-se a fazer mais diagnósticos e de existir mais capacidade para tal, desde meios, laboratórios, imagem e outros.

A directora do hospital disse que a Huíla é a primeira província a ter, no país, um registo oncológico de base populacional, que cadastra todos os doentes com cancro, um trabalho que conta com parceria internacional.

Detalhou que os dados vão permitir depois calcular qual é a incidência do cancro na Huíla, o tipo mais frequente, localização, idade com maior registo, estádio com que os doentes aparecem no centro, entre outras situações.

Referiu ser um registo iniciado em Janeiro de 2022, tem um financiamento da organização americana Vital Strategies, de 67 mil dólares, que vai ser recebida este domingo em visita à unidade para supervisionar o programa.

Salientou que é um financiamento que se estende por mais seis meses e produzirá mais dados com base populacional, sendo que o hospital terá de manter o programa, o que implica pagar salários ao pessoal envolvido, o que actualmente é assumido pelo projecto, mas depois dos seis meses, deverá ser da alçada do hospital, pois estão com quatro registadores, uma coordenadora, um financeiro e duas enfermeiras.

Maria Lina Antunes acrescentou que há consulta online feita com o Instituto Nacional de Oncologia, em Luanda, e de oncologia do Porto, onde são discutidos os critérios de acompanhamento ao doente.

“Para além do diagnóstico, já estamos a operar, mas infelizmente não fizemos quimioterapia, porque os medicamentos são muito caros, ultrapassam de longe o nosso orçamento e as participações dos utentes não cobrem essas despesas”, lamentou.

Reforçou que nem todo o doente de cancro que ocorre à unidade tem  critério de operação, alguns carecem de quimioterapia ou radioterapia para redução do tumor e só depois operam e nestes casos, o paciente é encaminhado para Luanda.

O Dia Mundial do Cancro, 04 de Janeiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controlo do Cancro (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Criada em 2000, por meio da Carta de Paris contra o cancro, a data tem como objectivo aumentar a consciencialização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controlo da doença evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.

O cancro é a segunda doença que mais mata pessoas em todo o mundo, e acontece quando um grupo de células normais do corpo começa a crescer de forma descontrolada e anormal, formando um nódulo, que recebe o nome de tumor.

Existem diversas causas para o surgimento do cancro, desde motivos externos, como o ambiente, costume ou hábitos, até factores internos, como as características genéticas predeterminadas. Existem mais de 200 tipos diferentes de cancro no mundo e pode-se desenvolver a doença em qualquer órgão do corpo.

Huíla com mais de 800 casos de cancro em um ano

Oitocentos e 57 casos de diferentes tipos de cancro foram alistados no projecto de registo oncológico de base populacional, há um ano de implementação, realizado pelo hospital central do Lubango, através do centro de Oncologia.

O registo começou a ser feito em Janeiro de 2022, a base está instalada no hospital central do Lubango e para além desta unidade, três outras notificam os casos, nomeadamente a clínica "Cristo Rei", a maternidade “Irene Neto” e pediatria “Pioneiro Zeca”.

Dos casos, 130 foram diagnosticados em crianças até aos 14 anos, 484 de jovens e adultos dos 14 aos 59 anos de idade e idosos com 60 anos ou mais alistaram 243 casos.

Em declarações à ANGOP hoje, sábado, a coordenadora provincial do registo do cancro na Huíla, Eliane Azevedo, no quadro do Dia Mundial de prevenção a doença, referiu que dos afectados, 484 são mulheres e 373 homens, estando entre os tipos o da próstata com 73 casos, colo do útero (64), do cérebro (61), do fígado (51), da pele e da mama com 46 cada. Ao todo houve um registo de 95 mortes.

Profissionais destacam diagnóstico precoce no tratamento eficaz do cancro  

O hospital central do Lubango iniciou as consultas em Maio de 2022 com a inauguração do Centro de Oncologia, que faz o diagnóstico da doença e realiza operações. Para além da Huíla recebe doentes do Cunene, Namibe e outras províncias do país.

Diariamente realiza 15 a 20 consultas. As consultas normais são feitas uma vez por semana e toda segunda-feira, o centro tem uma consulta de grupo multidisciplinar para decidir a melhor conduta para o doente depois de passar por uma consulta normal.

Ao falar da doença, a médica interna de cirurgia-geral, Celeste Muteca, referiu que o cancro da mama lidera as consultas no centro de Oncologia do hospital, depois dos cancros digestivos, da próstata, da pele e do colo do útero.

Declarou que o que mais preocupa são os doentes que chegam tardiamente, que já têm a lesão há dois, três ou quatro anos que nunca procuraram uma unidade sanitária, uma vez que o diagnóstico precoce é o mais ideal.

Recomendou às pessoas a procurar a unidade sanitária o mais rápido possível sempre que sentirem dor ou alguma anomalia no seu corpo, bem como optar por levar uma vida saudável para a prevenção.





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