Uíge - Dois mil 300 pacientes com malformação congénita (lábio e fenda do palato) foram operados, desde Junho deste ano, em sete províncias do país, durante a realização da campanha “Facilita a minha vida”.
As cirurgias gratuitas foram efectuadas a pacientes dos zero aos 60 anos de idade, nas províncias de Luanda, Cunene, Huíla, Huambo, Benguela, Moxico e Uíge.
Em declarações à imprensa, no final da realização de 180 cirurgias na província do Uíge, que teve início dia 7 deste mês, o coordenador do projecto “Facilita a minha vida”, Agnelo Lucamba, disse que se perspectiva a expansão das cirurgias em outras províncias do país, assim como em países vizinhos que necessitam desse serviço.
Em função da procura, disse que existem províncias que ainda há necessidade de voltar a realizar a campanha de cirurgia maxilo-facial, como é o caso do Uíge.
“Precisamos de incentivar outros especialistas a reforçar a equipa, uma aposta que vai permitir a operação de mais pacientes.
A campanha foi um aprendizado enorme, visto que também tivemos a oportunidade de trocar experiências com outros profissionais”, ressaltou.
Em relação às cirurgias realizadas na província do Uíge, sendo a última nesta fase, informou que foram consultados um total 239 pacientes com diferentes lesões faciais, sendo que os pacientes com malformação congénita (fendas labiais, palato, teórides e tumores nas maxilas) foram os que mais procuraram esse serviço.
“Estamos satisfeitos pelo facto de uma equipa de 14 angolanos percorreram o país para levar serviços de qualidade e deixar a vida de vários pacientes mais facilitada”, disse.
Pacientes enaltecem campanha “Facilita a minha vida”
Falando à ANGOP, os pacientes afirmaram que o processo visou melhorar a qualidade de vida e reduzir o sofrimento de pessoas que, por diferentes motivos, conviviam com “deformações faciais”.
O paciente Tunga Serafim afirma que foram bem atendidos e, por isso, agradecem a equipa em serviço.
“Não era fácil olhar para as outras pessoas, ainda mais com bulling frequente”, desabafou.
Outros pacientes que aguardam alta médica no Hospital geral do Uíge (HGU), apelaram aos pais e encarregados de educação a aderirem as próximas campanhas, com vista aliviar o sofrimento, proporcionar dignidade e conforto aos parentes com malformação congénita.
Responsável do Sector destaca trabalho dos profissionais de saúde
A directora do Gabinete provincial da saúde do Uíge, Adelaide Kavenaweteco Malavo, classificou como um grande gesto o trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde vindos de Luanda, por terem devolvido alegria aos 180 pacientes operados com sucesso.
“Estamos conscientes que existem muitos casos na província, por essa razão, apelou o regresso da equipa de saúde à província do Uíge, para a realização de cirurgia maxilo-facial, assim como diagnosticar as causas das malformações congénitas”, insistiu.
De realçar que a campanha, que foi assegurada por 14 especialistas e aberta em Julho deste ano em Luanda, abrangeu as províncias do Moxico, Cunene, Huíla, Huambo, Benguela e Uíge, devido à falta especialistas.
Sobre o programa “Facilita a minha vida”
Ao falar do assunto, o coordenador afirmou que o projecto visou mesmo facilitar a vida dos cidadãos, visto que, de um tempo a esta parte, assistia-se episódios nada bons nas diferentes unidades sanitárias do país.
“A recuperação do paciente é sempre melhor no seio familiar. Por esse motivo, o ministério da Saúde pensou e acreditou no projecto, facto este que nos permitiu levar os cuidados de saúde às populações”, destacou.
Admitiu, por outro lado, expandir a campanha nas restantes províncias do país, pelo facto de minimizar as múltiplas dificuldades dos pacientes que padecem de malformação congénita. JAR
