Dondo - Trinta autoridades tradicionais foram capacitadas esta sexta-feira, no município de Cambambe, província do Cuanza, sobre doenças preveníveis, soube a ANGOP.
Promovida pelo Gabinete Provincial da Saúde, a acção formativa visou dotar os sobas e regedores locais de conhecimentos para identificar patologias como sarampo, febre amarela, tétano neo-natal e paralisia flácida aguda, que pode evoluir para poliomielite.
Estas enfermidades, segundo o supervisor provincial de vacinação do Cuanza Norte, Quende Alfredo, são de origem comunitária, de fácil propagação e se manifestam com sintomas semelhantes, afectando maioritariamente crianças.
Esclareceu que estas doenças podem ser prevenidas através de vacinas, mas, por tabu, alguns progenitores não acreditam na eficácia das mesmas.
Explicou que a auto-medicação com medicamentos de origem vegetal ( raízes, folhas ou caules) ou o isolamento do paciente, não trata estas doenças.
Apelou as autoridades tradicionais, pelo poder que têm, a promoverem acções de sensibilização nas respectivas comunidades sobre a importância da adesão às campanhas de vacinação ou de imunização de rotina, nas unidades sanitárias.
Para o técnico de saúde, a fraca adesão de progenitores em campanhas de vacinação tem contribuído para a prevalência de doenças nas comunidades.
Solicitou também a colaboração das entidades tradicionais na notificação de doenças do género às equipas de busca activa, para encaminhar-se os doentes às unidades sanitárias.
Quende Alfredo informou que a província do Cuanza Norte tem um rácio médio de seis a sete casos destas patologias em cada 100 mil habitantes, por ano.
Este indicador, informou, deve manter em alerta as autoridades públicas e tradicionais, assim como os técnicos de saúde.
O seminário contou também com a participação de 49 técnicos de saúde, que debateram, entre outros temas, técnicas de comunicação com as comunidades.
O soba Joaquim Augusto Tunguno, da aldeia de Cassequel, em Massangano, destacou as vantagens da formação para a prevenção, rápida notificação e tratamento destas patologias nas comunidades.
Acredita que com as estratégias apresentadas na formação, os populares vão aderir com mais facilidade à vacinação.
Manuel António, também participante, qualificou o evento como uma ferramenta bastante profícua, que vai contribuir para a redução da propagação de doenças nas suas áreas.
Para o soba, a propagação de patologias, fundamentalmente, nas aldeias, é fruto do fraco nível de esclarecimento das famílias. MF/IMA/CRB