Lobito - Dos sessenta doadores que compareceram para a "Mega Campanha de Doação de Sangue", realizada esta sexta-feira, na zona alta do Lobito, província de Benguela, apenas vinte e cinco foram aptos, soube a ANGOP.
De acordo com o coordenador municipal de Saúde Pública, Leonel Mendes, a projecção era captar pelo menos cem doadores.
Explicou que vários deles apresentaram patologias que os impossibilitou de fazer a doação, mas, ainda assim, a organização da campanha manifestou a sua gratidão.
No âmbito do dia da Saúde, 25 de Setembro, e festas da cidade do Lobito, a Direcção local da Saúde e a Administração Municipal do Lobito estão a realizar várias actividades, entre as quais essa Mega Campanha de Doação de Sangue.
O objectivo, segundo Leonel Mendes, era captar o maior número de doadores para acudir as necessidades das unidades hospitalares, o que foi parcialmente cumprido.
O médico explicou que os níveis de hemoglobina é o parâmetro que serve para mensurar se o paciente precisa de sangue ou não.
"Um paciente com níveis de hemoglobina abaixo de cinco, deve ser submetido a uma transfusão para poder recuperar o sangue", afirmou.
Deu exemplo de transfusões resultantes de traumas, como um paciente que acidentou e apresenta uma fractura exposta.
"Este paciente precisa de uma transfusão imediata porque vai para o bloco operatório", explicou.
Discriminou outras situações como as maternidades, no caso de uma rotura uterina, e a malária, quando o plasmódio ataca as células vermelhas e causa anemia.
"O paciente terá de ser submetido a uma transfusão para não ir a óbito", alertou.
O coordenador de Saude Pública aproveitou a ocasião para apelar a sociedade a evitar comportamentos de risco, porque pode pôr em causa a salvação de vidas.
Questionado sobre o estímulo para atrair mais doadores, disse que antigamente era-lhes atribuído um cartão para ir a uma loja e fazer compras.
"De há um tempo para cá, a Organização Mundial da Saúde (OMS) proibiu esta prática, alegando que o sangue é vida, por isso a doação deve ser voluntária", informou.
"O que fizemos actualmente é dar um caldo, um sumo ou outros alimentos para o doador repor a quantidade de sangue subtraida", acrescentou.
Aconselhou, no entanto, que o doador deve dormir bastante e alimentar-se bem.
Para contornar a dificuldade de stock de sangue, Leonel Mendes, disse que, estrategicamente, a Administração Municipal do Lobito realiza campanhas de três em três meses, com o objectivo de reforçar as hemoterapias, tanto do Hospital Regional do Lobito, do Centro Materno Infantil e uma parte para o Hospital Geral de Benguela, para poder acudir situações pontuais.
Aproveitou para apelar os doadores a fazerem este acto de caridade para aumentar-se a capacidade de resposta dos hospitais. TC/CRB