Lubango - Trezentos 79 pacientes abandonaram o tratamento da tuberculose durante o ano de 2023, no Hospital Sanatório do Lubango, província da Huíla, observando a um aumento de 153, em relação a 2022.
A informação foi hoje, segunda-feira, avançada à ANGOP, pelo director do Sanatório, Lourenço Kotele, tendo realçado que "a situação é recorrente e preocupante", apontando factores "tridimensionais" que concorrem para o abandono, como a falta de transporte para chegar ao hospital, a falsa informação sobre uma alegada melhoria, após um mês da administração da medicação e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Detalhou que os 379 doentes correspondem a 13%, o que é alto, pois o indicador para melhorar o programa deve ser reduzido para 5%, para que o combate ao abandono seja uma luta que precisa do envolvimento de toda sociedade.
Destacou que um dos perigos deste abandono ao tratamento da tuberculose é a mudança de categoria da tuberculose sensível para a multi-droga resistente (MDR), que leva muitas dessas pessoas à morte e propicia novos contágios.
“Com tudo isso, o Estado tem gastos avultados, sendo que com a tuberculose sensível, gasta em torno de cem dólares americanos para o tratamento de um doente internado, num período de uma a duas semanas. Já na multi-droga resistência são mil dólares para cuidar de um doente, cujo tratamento vai até seis meses”, elucidou.
Lourenço Kotele sublinhou que em 2023, o hospital realizou 24 mil 187 consultas, entre os quais, notificou dois mil 870 casos novos de tuberculose, contra os dois mil e 31 em 2022.
Trata-se de pacientes provenientes dos bairros Bula Matadi e Tchioco, no Lubango e dos municípios vizinhos da Humpata e da Chibia, assim como alguns da Bibala (Namibe), dada a proximidade com a capital huilana.
Segundo o responsável, a tuberculose é ainda, um problema de saúde pública, olhando para os números, porque neste momento são controlados mil 541 doentes na fase intensiva, assistidos de forma ambulatória, há dois meses e mil 071 na etapa de manutenção.
A saída para reduzir a elevada taxa de abandono ao tratamento, segundo a fonte, passa por munir os centros e postos de saúde de capacidade médica e medicamentosa, para evitar que esses doentes andem muitos quilómetros, assim como a aquisição de meios de transportes para auxiliar o doente após a alta hospital.
Afirmou que no estudo de corte realizado, do global de 24 mil 187 pacientes atendidos, três por cento foi a óbito, contra os cinco por cento em 2022, contudo, ainda assim é preocupante, pois seria bom que já não morressem pessoas pela doença. BP/MS