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Angola quer mais cooperação no ensino das ciências de saúde na CPLP

     Saúde              
  • Benguela • Quinta, 25 Novembro de 2021 | 18h48
Maria do Rosário Sambo, Ministra do Ensino Superior, discursa na abertura do conselho Consultivo
Maria do Rosário Sambo, Ministra do Ensino Superior, discursa na abertura do conselho Consultivo
Francisco Miúdo

Benguela – A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança Sambo, defendeu, esta quinta-feira, maior intercâmbio e cooperação internacional entre os países lusófonos no ensino das ciências da saúde, face aos desafios da Covid-19.

Falando em Benguela, na abertura da 4ª Reunião Internacional da Rede Académica das Ciências da Saúde (RACS) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Maria Bragança Sambo disse que a pandemia da Covid-19 impõe a necessidade do reforço da cooperação internacional, particularmente na investigação científica em ciências da saúde.

“A pandemia da Covid-19 tem exercido uma forte pressão sobre os sistemas de saúde, impondo enormes desafios aos governos”, notou, avançando que por isso os Estados são obrigados a reflectir sobre a saúde pública, para uma melhor preparação e resposta em futuras situações de crise sanitária.

Neste âmbito, referiu que a mobilidade no espaço da CPLP conjuga-se com esse propósito e é parte da visão do Estado angolano, que lidera neste momento esta organização dos países de língua oficial portuguesa.

“Procuraremos, assim, empregar esforços para que os nossos docentes e investigadores possam beneficiar de medidas que venham a facilitar a mobilidade académica”, salientou, apontando que é preciso acelerar o desenvolvimento e a criação de conhecimento, para as melhores práticas profissionais e para a melhoria das condições de saúde nos países lusófonos.

A ministra do Ensino Superior afirma que as instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras são chamadas a contribuir não só no reforço dos seus programas de ensino e extensão universitária, como nos projectos de investigação científica para fazer face aos desafios do ensino das ciências da saúde.

Evocou o trabalho do sector, de maneira que as universidades e outras instituições do ensino superior desenvolvam plenamente a sua tripla missão de ensino, investigação e extensão, para a formação de uma massa crítica de discentes, docentes e investigadores científicos em vários níveis, para dar respostas às necessidades da população.

É nesse contexto que Maria Bragança Sambo admitiu que a produção científica nacional poderá ser fortalecida a partir do estabelecimento de parcerias estratégicas entre os pares académicos da mesma área de conhecimento dos vários países da CPLP.

“A partilha dos resultados da investigação científica, a transferência de tecnologia e a formação superior de qualidade podem impulsionar um crescimento contínuo e equilibrado entre os países lusófonos”, afiançou a responsável, esperando assim que a RACS continue a representar um elo importante no estabelecimento e consolidação dessa cooperação.

E para reafirmar o contributo da lusofonia no avanço da ciência a nível global, a ministra encoraja as instituições de ensino superior a trabalharem pela melhoria da investigação científica em ciências da saúde, que tem um papel relevante no contributo para o alcance do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS) sobre a saúde e bem-estar.

A quarta reunião da “RACS”, que decorre em formato presencial e virtual devido à Covid-19, é organizado pelo Instituto Superior Politécnico de Benguela, conjuntamente com a Universidade Katyavala Bwila e os institutos superiores politécnicos Jean Piaget e Católico. Estão inscritos 525 participantes de Angola, Brasil, Moçambique, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.  

Do espaço lusófono participam 16 universidades, 20 institutos e 14 escolares superiores, sendo 10 de saúde e quatro de enfermagem, oito centros hospitalares, dois maternos infantis e igual número de investigação e saúde, bem como quatro faculdades.

Em três dias, prevê-se a apresentação de 320 trabalhos sobre temas como a enfermagem, audiologia, terapia da fala, fisiologia clínica, imagiologia médica e radioterapia, tecnologias de diagnóstico e terapêutica, psicologia da saúde, ciências médicas, dentárias, farmacêuticas e da nutrição.





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