Benguela – A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança Sambo, defendeu, esta quinta-feira, maior intercâmbio e cooperação internacional entre os países lusófonos no ensino das ciências da saúde, face aos desafios da Covid-19.
Falando em Benguela, na abertura da 4ª Reunião Internacional da Rede Académica das Ciências da Saúde (RACS) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Maria Bragança Sambo disse que a pandemia da Covid-19 impõe a necessidade do reforço da cooperação internacional, particularmente na investigação científica em ciências da saúde.
“A pandemia da Covid-19 tem exercido uma forte pressão sobre os sistemas de saúde, impondo enormes desafios aos governos”, notou, avançando que por isso os Estados são obrigados a reflectir sobre a saúde pública, para uma melhor preparação e resposta em futuras situações de crise sanitária.
Neste âmbito, referiu que a mobilidade no espaço da CPLP conjuga-se com esse propósito e é parte da visão do Estado angolano, que lidera neste momento esta organização dos países de língua oficial portuguesa.
“Procuraremos, assim, empregar esforços para que os nossos docentes e investigadores possam beneficiar de medidas que venham a facilitar a mobilidade académica”, salientou, apontando que é preciso acelerar o desenvolvimento e a criação de conhecimento, para as melhores práticas profissionais e para a melhoria das condições de saúde nos países lusófonos.
A ministra do Ensino Superior afirma que as instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras são chamadas a contribuir não só no reforço dos seus programas de ensino e extensão universitária, como nos projectos de investigação científica para fazer face aos desafios do ensino das ciências da saúde.
Evocou o trabalho do sector, de maneira que as universidades e outras instituições do ensino superior desenvolvam plenamente a sua tripla missão de ensino, investigação e extensão, para a formação de uma massa crítica de discentes, docentes e investigadores científicos em vários níveis, para dar respostas às necessidades da população.
É nesse contexto que Maria Bragança Sambo admitiu que a produção científica nacional poderá ser fortalecida a partir do estabelecimento de parcerias estratégicas entre os pares académicos da mesma área de conhecimento dos vários países da CPLP.
“A partilha dos resultados da investigação científica, a transferência de tecnologia e a formação superior de qualidade podem impulsionar um crescimento contínuo e equilibrado entre os países lusófonos”, afiançou a responsável, esperando assim que a RACS continue a representar um elo importante no estabelecimento e consolidação dessa cooperação.
E para reafirmar o contributo da lusofonia no avanço da ciência a nível global, a ministra encoraja as instituições de ensino superior a trabalharem pela melhoria da investigação científica em ciências da saúde, que tem um papel relevante no contributo para o alcance do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS) sobre a saúde e bem-estar.
A quarta reunião da “RACS”, que decorre em formato presencial e virtual devido à Covid-19, é organizado pelo Instituto Superior Politécnico de Benguela, conjuntamente com a Universidade Katyavala Bwila e os institutos superiores politécnicos Jean Piaget e Católico. Estão inscritos 525 participantes de Angola, Brasil, Moçambique, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Do espaço lusófono participam 16 universidades, 20 institutos e 14 escolares superiores, sendo 10 de saúde e quatro de enfermagem, oito centros hospitalares, dois maternos infantis e igual número de investigação e saúde, bem como quatro faculdades.
Em três dias, prevê-se a apresentação de 320 trabalhos sobre temas como a enfermagem, audiologia, terapia da fala, fisiologia clínica, imagiologia médica e radioterapia, tecnologias de diagnóstico e terapêutica, psicologia da saúde, ciências médicas, dentárias, farmacêuticas e da nutrição.