Lubango - Associação de Albinos da Huíla pediu hoje, terça-feira, ajuda ao Governo para criar políticas de subvenção dos custos de aquisição de medicamentos, sobretudo cremes protectores da pele, a principal fragilidade do grupo e que tem ceifado a vida de muitos.
As doenças da pele afectam mais de 85 por cento dos albinos afectos à Associação, sendo que a área de dermatologia do Hospital Central do Lubango, onde são assistidos, acumula fichas de tratamento de 552 pacientes.
Em declarações hoje, terça-feira, à ANGOP, o vice-presidente da Associação, Alcides Hungulo, fez saber que há muitas dificuldades para a obtenção dos medicamentos, pois para além do custo alto, há, igualmente, a indisponibilidade dos fármacos nas farmácias.
“A aquisição dos medicamentos para nós tem sido difícil, por várias vezes temos clamado pela ajuda do nosso Governo, mas sem sucesso e muitas vezes surgem pessoas singulares que prestam solidariedade, mas não é o suficiente”, manifestou.
Quanto às consultas, Alcides Hungulo disse haver uma “boa” parceria com o Hospital Central do Lubango, na área dermatológica, onde são atendidos regularmente para fazer o controlo de rastreio à quimio e radioterapia, entre outras situações.
Ouvida pela ANGOP, a médica dermatológica do Hospital Central do Lubango, Oksana Yalovenko, disse ser um grupo que precisa de cuidados especiais, dai a disponibilização de consultas diárias na unidade.
“Para reduzir a quantidade dos casos graves temos que trabalhar a partir dos bebés, a respeito dos cuidados preventivos, com maior atenção em adolescentes a partir dos 14 anos”, sublinhou.
Defendeu a necessidade de investir-se na propagação dos conhecimentos sobre a pele albina na população e despertar o interesse de todos, para não ficarem indiferentes ao problema.
Oksana Yalovenko disse que o maior problema ligado aos albinos é que eles aparecem tardiamente, quando já se regista tumores e na maioria das vezes vem numa fase em que já não se consegue fazer nada.
Para a prevenção é fundamental vestir-se adequadamente, aplicar o protector solar a todas as áreas do corpo que estão expostas ao sol, porque até existem alguns baratos.
“Os cremes para a pessoa albina são caros sim, na farmácia os preços são elevados variando dos 18 a 20 mil kwanzas, antes 300 mililitros custava quatro mil e 500, mas tudo isso desapareceu da lista faz muito tempo”, realçou.
A médica sugeriu que se inclua no próximo censo a linha albina, um gesto a acrescentar no inquérito o espaço albino, para melhor direccionar projectos para esse grupo.
Actualmente fazem parte da associação 180 elementos, desde albinos e não albinos, são 75 mulheres. A associação existe desde 2015, onde um dos objectivos primordiais é a inclusão no seio social.