Luanda – A visita de trabalho a Angola do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, centrada na consolidação da cooperação entre os dois países e na segurança regional, marcou o noticiário político da semana finda.
No final da visita, Cyril Ramaphosa expressou agradecimentos ao homólogo angolano, João Lourenço, pelos seus esforços para o alcance do cessar-fogo entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda.
O Chefe de Estado sul-africano augurou que este cessar-fogo seja permanente e que os países envolvidos continuem a envidar esforços para fortalecer as relações de cooperação.
Um cessar-fogo entre a RDC e o Rwanda, que incide sobre a região oriental do Congo Democrático, vigora desde domingo à noite, como resultado de uma reunião ministerial entre delegações dos dois países, que teve lugar há dias na capital angolana (Luanda), com mediação angolana.
Cyril Ramaphosa indicou que, no encontro com o homólogo angolano, debruçaram-se sobre assuntos de segurança na região da SADC, da qual os dois países fazem parte, com destaque para o conflito na RDC em que, mais uma vez, agradeceu o Presidente João Lourenço pelas conquistas até agora alcançadas.
O Chefe de Estado sul-africano formulou, na ocasião, um convite ao Presidente João Lourenço a efectuar uma visita de Estado àquele país, no decurso deste ano, para o reforço da cooperação bilateral.
No decurso da semana, o Titular do Poder Executivo reafirmou a aposta do Governo na implementação de políticas que valorizam adequadamente o papel das jovens mulheres na sociedade.
João Lourenço, que discursava na abertura da Conferência da Organização das Primeiras-Damas para o Desenvolvimento (OPDAD) sob o lema “A Educação para a Igualdade de Género e a Luta contra a Violência Infanto-Juvenil”, ressaltou a necessidade da construção de uma sociedade inclusiva e dinâmica, atribuindo às jovens mulheres responsabilidades dentro de um quadro de paridade do género.
Assegurou que este é o grande objectivo do Executivo angolano que, dentro dos condicionalismos e das dificuldades que o país ainda enfrenta, tem procurado implementar políticas que valorizam adequadamente o papel da mulher na sociedade, atribuindo-lhe responsabilidades dentro de um quadro de paridade de género.
O Chefe de Estado exortou, na ocasião, as Primeiras-Damas, reunidas em Luanda, a juntarem suas vozes às de milhões de mulheres no mundo, apelando para o fim imediato dos conflitos na RDC, na Ucrânia e na Palestina, em defesa da vida e da dignidade das mulheres e crianças, que, embora indefesas e inocentes, são as principais vítimas destas guerras.
João Lourenço conversou ainda ao telefone com o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. A situação na República Democrática do Congo (RDC), onde desde domingo último vigora um cessar-fogo no conflito do Leste do país dominou o tema da conversa.
Noutro domínio, o Chefe de Estado felicitou o povo e o governo da Côte d’Ivoire pela celebração do sexagésimo quarto (64º) aniversário da independência daquele país.
Nos últimos sete dias, o Presidente João Lourenço criou, por despacho, a Comissão Multissectorial encarregue da protecção dos objectivos estratégicos do Estado, mediante a prevenção das acções de vandalismo de bens e serviços públicos e nomeou Dina Emiliana Mayimona para o cargo de secretária de Estado para a Acção Social.
Na semana finda, Angola saudou a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de levantar o embargo de armas à República Centro Africana (RCA).
A 30 de Julho último, o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou, por unanimidade, a Resolução 2745/2024 que levanta o embargo de armas à RCA.
Em nota, o Executivo angolano aplaudiu a decisão, por permitir ao governo legítimo daquele país exercer cabalmente a função soberana de garantir a sua integridade e segurança nacional.
No quadro da actividade parlamentar, as comissões especializadas em razão da matéria aprovaram a Proposta de Lei da Divisão Político-Administrativa, de iniciativa do Executivo, após acesos debates.
O documento, que propõe a criação de três novas províncias do país (Icolo e Bengo, Moxico Leste e Cuango), vai à votação final global no dia 14 de Agosto.
Em declarações à imprensa, o ministro de Estado e Chefe Casa Civil da Presidência da República, Adão de Almeida, disse que o debate foi aturado em função da complexidade do assunto, assegurando que o objectivo principal que norteou a proposta mantêm-se nos seus aspectos essênciais. DC