Antananarivo (Dos enviados especiais) – Com uma produção de aproximadamente 80 por cento da baunilha mundial, o maior produto de exportação e uma das principais fontes de arrecadação de receitas, a Ilha de Madagascar, localizada na costa sudeste da África, assume-se como o player dominante no mercado.
De toda a baunilha verdadeira disponível no mundo, 80 por cento vêm de Madagáscar, que tem o clima tropical perfeito para que o condimento se desenvolva.
Em Madagascar, milhares de pessoas, principalmente famílias, têm empregos na cadeia de suprimento da baunilha, cuja colheita é uma fonte crucial de emprego nas comunidades rurais, fazendo parte da economia local e contribuindo para o sustento de quase 80.000 agricultores.
A produção média anual de baunilha no país gira em torno de duas mil toneladas, contribuindo significativamente para o abastecimento global.
O rico solo vulcânico do país, combinados com os padrões climáticos únicos, contribuem para a qualidade incomparável da baunilha, o que faz com que a procura desta especiaria produzida na naquele paraíso tropical, continua a aumentar.
Embora, existem diversas variedades de grãos de baunilha disponíveis, os de Madagascar ganharam a reputação de serem os melhores pela sua qualidade excepcional, possuindo um perfil de sabor único que os diferencia dos demais.
A qualidade excepcional dos grãos de baunilha de Madagáscar pode ser atribuída às práticas agrícolas tradicionais e às meticulosas técnicas de processamento empregadas pelos agricultores locais.
Os grãos são polinizados manualmente e cuidadosamente colhidos no auge, em seguida, são curados e secos através de métodos tradicionais, que realçam o seu rico sabor e aroma, uma abordagem artesanal que diferencia as favas de baunilha de Madagáscar daquelas cultivadas em outras regiões.
As favas de baunilha precisam de pelo menos dois anos para crescer, o que torna o produto a segunda especiaria mais cara, a seguir ao açafrão.
Muito apreciadas pela intensidade e complexidade de seu sabor, que pode variar de doce e levemente picante, com notas florais e amadeiradas, ela é usada como ingrediente em várias receitas culinárias, como sobremesas, bebidas, bolos, gelados e chocolates.
Apesar dos preços relativamente altos da baunilha, um Malagasy ganha em média 1 dólar por dia.
Agricultura e mineração
A economia de Madagáscar assenta essencialmente na agricultura, na criação de gado e nas pescas.
Embora o arroz seja a principal cultura, é o café que representa a maior fatia ao nível da exploração.
Em 2019, por exemplo, o país produziu, como culturas de maior volume produtivo, 4,2 milhões de toneladas de arroz, 3,1 milhões de cana-de-açúcar, 2,9 milhões de mandioca, 1,1 milhão de batata-doce, 250 mil de batata comum, 392 mil de banana, 298 mil de manga, 226 mil de taro, 219 mil de milho, 104 mil de abacaxi, 83 mil de laranja, e 74 mil toneladas de coco.
Já entre os cultivos de alto valor, alguns para exportação, o país produziu 65 mil toneladas de café, 13 mil de uva, 12 mil de pêssego, 10 mil de cacau, 7,2 mil de castanha de caju, , 4,6 mil de pistacho, 3,2 mil de baunilha e 396 toneladas de chá.
Na mineração, em 2019, o país era o 6º maior produtor mundial de cobalto, 9º de titânio e o 4º maior gerador mundial de grafite.
Madagáscar é um dos maiores produtores mundiais de safira, topázio, ametista, rubi, esmeralda, turmalina e espinela. PA/VIC