Luanda - A segunda Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reiterou este sábado, em Harare (Zimbabwe), o apoio aos esforços diplomáticos que visam garantir uma resolução pacífica do conflito no Leste da RDC, através do Processo de Luanda.
O encontro foi convocado para deliberar sobre a situação de segurança prevalecente na República Democrática do Congo (RDC), depois da tomada da cidade de Goma, capital da província oriental do Kivu-Norte, pelos rebeldes do movimento de 23 de Março (M23).
Segundo o comunicado final, o evento saudou a liderança do Presidente da República, João Lourenço, campeão da União Africana (UA) para a Paz e Reconciliação e o Processo de Nairobi, encabeçado por Uhuru Kenyatta, antigo Chefe de Estado do Quénia.
Depois de examinar os últimos relatórios sobre a situação no Leste RDC, a Cimeira notou com preocupação os ataques do M23 e das Forças de Defesa do Rwanda (RDF) contra a soberania congolesa.
Manifestou apoio às forças governamentais da RDC, à Missão da SADC na República Democrática do Congo (SAMIDRC) e à população civil em várias zonas do Kivu-Norte.
Por outro lado, o encontro mostrou preocupação pelo agravamento da situação humanitária e de segurança no país e apelou para o restabelecimento imediato de serviços básicos tais como água, electricidade, meios de comunicação, alimentos e outros bens essenciais
Presidida pelo chefe de Estado zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, a SADC condenou veementemente o ataque perpetrado contra as tropas da SAMIDRC.
Exigiu a realização imediata de uma Cimeira conjunta da SADC e da Comunidade da África Oriental (EAC) para deliberar sobre o caminho a seguir relativamente à situação de segurança prevalecente na RDC, tal como proposto pela 24.ª Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da EAC, realizada no dia 29 de Janeiro de 2025.
Mandatou a Troika do Órgão de Cooperação nas áreas da Política, Defesa e Segurança da SADC para engajar todas partes no conflito, estatais e não estatais, num processo de cessar-fogo, a fim de proteger vidas humanas e facilitar o fluxo de apoio humanitário às pessoas e comunidades afectadas pelo conflito armado.
Exortou os líderes políticos e diplomáticos partes no conflito a participar em esforços coordenados e de diálogo, incluindo o apoio ao Processo de Luanda, à MONUSCO e a outros actores, para restaurar a paz e a segurança no Leste da RDC.
Reafirmou a solidariedade e o compromisso inabalável de continuar a apoiar a RDC na prossecução dos seus objectivos de salvaguarda da sua independência, soberania e integridade territorial, bem como de paz, segurança e desenvolvimento sustentável.
A SADC é uma organização regional que visa promover o desenvolvimento socioeconómico e o desenvolvimento dos países-membros.
São membros da organização a África do Sul, Angola, Botswana, Comores, Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, RDC, Seicheles, Zâmbia, Tanzânia e Zimbabwe. VIC