Luanda - O Presidente do MPLA, João Lourenço, reafirmou, este sábado, em Luanda, a determinação de trabalhar com todas as “forças vivas” para derrotar a corrupção e a impunidade no país.
João Lourenço intervinha no acto central e de encerramento das jornadas comemorativas do 64° aniversário da fundação do seu partido, assinalado a 10 de Dezembro sob o lema “MPLA - uma trajectória de luta e de vitórias”.
O líder do MPLA sublinhou que o mérito do seu partido está no facto de ter orientado esta cruzada contra a corrupção, mesmo sabendo do envolvimento de militantes e dirigentes seus nos mais variados escalões da hierarquia partidária.
Para o também Presidente da República, o combate à corrupção demonstra a estatura moral do MPLA, podendo sair de lá mais fortalecido, coeso e galvanizado para os desafios futuros.
Observou que, a exemplo dos grandes desafios do passado enfrentados pelo povo angolano, os quais foram vencidos, tendo o MPLA desempenhado sempre um papel de destaque e de liderança, também nesta luta contra a corrupção está a ser determinante a exemplar postura de imparcialidade claramente assumida pelo partido.
“Há quem pretenda desencorajar-nos, a fim de nos levar a afrouxar o ímpeto da luta, ou mesmo fazer-nos desistir dela, espalhando a mensagem de que, com esta exposição, o MPLA sairá prejudicado nas próximas eleições”, alertou.
Na sua óptica, essas forças “querem nos levar a pensar que a sociedade angolana e o mundo não sabem o que se passou em Angola em matéria de corrupção e impunidade, e que nós é que estamos a destapar algo que estava guardado a sete chaves porque só os do MPLA sabiam, segundo eles”.
“Nada mais falso e enganador”, sublinhou, ressaltando que "não existem partidos políticos corruptos, existem (sim) pessoas corruptas e essas pessoas podem estar em qualquer partido político, ou simplesmente sem partido”.
Nesse âmbito, disse que o MPLA não tem de quê se envergonhar, antes pelo contrário, com esta postura de coragem e de total transparência, "só temos de nos orgulhar e andar de cabeça cada vez mais levantada, demonstrando que só o MPLA tem essa estatura moral e capacidade de saírmos desta luta cada vez mais fortalecidos, coesos e galvanizados para vencer todos os desafios que se avizinham”.
“Reafirmamos a nossa determinação de trabalhar com todas as forças vivas, com todos os angolanos, para derrotarmos também este inimigo comum, a corrupção e a impunidade”, sublinhou.
Compromissso com o desenvolvimento
No acto, o Presidente do partido fundado a 10 de Dezembro de 1956 reafirmou o compromisso pelo desenvolvimento económico e social do país, pela criação de um ambiente de negócios que estimule e atraia investimento privado que diversifique a economia, aumente a produção nacional de bens essenciais e serviços, reduza as importações e aumente as exportações, a arrecadação de divisas e crie empregos.
“Não obstante os constrangimentos como a crise económica de 2014, devido à baixa dos preços do petróleo, do alto nível de endividamento externo e da pandemia da Covid-19, mantêmo-nos firmes na necessidade de, com maior ou menor dificuldade, continuarmos a lutar pelo bem-estar dos angolanos”, sublinhou.
João Lourenço refiriu que a descoberta da vacina contra a Covid-19 abre novas espectativas para a retoma da economia em 2021 e a actualização da agenda política.
No entender do Presidente do MPLA, é essencial contrapôr a “agenda política de subversão da ordem constitucional gizada e a ser já executada pelo nosso adversário", daí a necessidade de definir uma agenda política que fortaleça o patriotismo, o respeito ao primado da lei, que promova a tolerância política e a reconciliação nacional, em prol do desenvolvimento económico e social do país.
Reconfirmou para de 9 a 11 de Dezembro de 2021 a realização do VIII Congresso Ordinário do seu partido, sob o lema “MPLA - por uma Angola mais desenvolvida, democrática e inclusiva”.
João Lourenço defendeu também a necessidade do MPLA atrair franjas representativas da sociedade angolana e ajustar formas de fazer política.
O líder do MPLA apontou o seu partido como o principal interessado nas eleições autárquicas, “condicionadas à conclusão da aprovação do pacote legal”.