Luanda - Angola continuará fiel à sua tradição de promover o diálogo interativo e inclusivo, reservando ao continente africano uma atenção especial, declarou esta sexta-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.
O Chefe de Estado angolano discursava durante a tradicional cerimónia de cumprimentos de Ano Novo apresentados pelo corpo diplomático acreditado em Angola, no Palácio Presidencial da Cidade Alta.
Ressaltou que a diplomacia angloana tem como foco principal contribuir para a paz e segurança mundiais, reforçar os laços de amizade e cooperação económica, o intercâmbio cultural e científico entre os povos e as nações.
Notou que, com base nesta consciência, "induzida pela experiência e animada pela confiança que a União Africana depositou em nós, o Executivo Angolano continuará a colocar toda a sua experiência ao serviço da paz em África".
Enfatizou que Angola perseguirá com todas as diligências possíveis para encontrar soluções viáveis aos conflitos que têm minado o desenvolvimento económico do continente, como o que opõe a República Democrática do Congo (RDC) ao Rwanda, de maneira a pôr um fim definitivo aos ciclos recorrentes de instabilidade e violência que assolam aquela região.
"Embora estejamos a viver o momento de algum impasse nas discussões para se chegar a um acordo sobre o fim definitivo do conflito no leste da RDC, mantemos a esperança de que, apesar dos últimos desenvolvimentos negativos à volta de Goma, conseguiremos ultrapassar as diferenças que ainda persistem e que acabará por se selar a paz definitiva entre a RDC e o Rwanda, encerrando assim mais um capítulo da história convulsiva de África", augurou.
Manifestou ainda preocupação com os acontecimentos que ocorrem no Sudão, que obrigam a adpotar "uma postura de solidariedade mais atuante e eficiente para com os cidadãos desse país que enfrentam uma situação humanitária altamente preocupante, níveis alarmantes de destruição de infraestruturas e um risco severo de insegurança alimentar".
O Chefe de Estado angolano deu igualmente ênfase à situação do Sahel, 'que atravessa um momento de retrocesso em termos de direitos e liberdades fundamentais de cidadãos e de respeito das instituições do Estado democraticamente eleitas por força dos golpes de Estado e do terrorismo".
Segundo o Presidente João Lourenço, a situação na região do Sahel "requer de todos nós um esforço colectivo para se debelarem os males que prevalecem para que se regresse à ardem constitucional à paz e segurança das comunidades e dos cidadãos".
Fez saber que essas questões, que têm um forte impacto na paz e segurança do continente africano, estarão no centro das preocupações de Angola a partir do momento em que assumirá a presidência pro tempore da União Africana em Fevereiro do corrente ano.
"Procuraremos intensificar a relação com todos os parceiros internacionais de África para que contribuam de forma activa e efetiva para o lançamento de um vasto programa de construção e melhoramento de infraestruturas em todo o continente", vincou.
O Presidente João Lourenço considerou essencial tal pressuposto para que se reponha a justiça e se reforçe a amizade e a solidariedade na relação entre a África e o mundo, principalmente entre a África e a ex-potências colonizadoras.DC