Malanje - Cidadãos residentes em Malanje consideram que a nova divisão político-administrativa, que prevê a criação de cinco novas províncias, poderá gerar mais desenvolvimento, infra-estruturas e aproximação dos serviços públicos aos utentes.
Em declarações à ANGOP, nesta quinta-feira, vários habitantes de Malanje foram unanimes em afirmar que o surgimento de novas províncias implicará a criação de cidades, instituições públicas e privadas, entre outros projectos, com impacto socioeconómico.
Na óptica dos entrevistados, quando for concretizada, a nova realidade deverá gerar também mais emprego, além de contribuir para a redução da concentração populacional nas actuais sedes provinciais.
O secretário provincial da UNITA, Mardanês Calunga, considerou necessária uma nova divisão político-administrativa e defendeu uma administração pública descentralizada.
Para Carlos Cassoma, secretário do partido FNLA, em Malanje, uma nova divisão político-administrativa deve ser implementada só depois das autarquias locais.
"É um projecto ambicioso que me parece inoportuno, pois o Executivo tem outros desafios prioritários, como a realização das eleições gerais previstas para 2022", expressou o secretário da CASA-CE, Moisés Fonseca Ngunza.
Sobre o mesmo tema, o jornalista Adelino Ngunza é de opinião que algumas comunas passem a município, pois entende que com isso o país cresce e os serviços públicos ficariam mais próximos dos cidadãos.
O reverendo da Igreja Metodista Episcopal Africana Sião, João de Almeida, enalteceu a iniciativa e apelou para o redobrar de esforços para a sua efectivação.
Já o vice-governador de Malanje para o sector político, económico e social, Domingos Eduardo, entende haver condições, do ponto de vista territorial, para o surgimento de mais províncias.
No entanto, considera ser imperioso a realização de estudos de viabilidade económico e estrutural para a sua concretização.
O projecto de divisão administrativa abrange as províncias de Malanje, Cuando Cubango, Moxico, Lunda Norte e Uíge.
Em Malanje, a proposta de divisão político-administrativa prevê a criação de uma província que abarque os municípios de Cambundi Catembo, Luquembo e Quirima e outra que poderá congregar as regiões de Massango, Marimba, Cahombo, Kunda-dia-base e Kiwaba Nzoji.
O processo de auscultação arrancou terça-feira (17) na província do Cuando Cubango e decorrerá até ao dia 18 de Setembro próximo, prevendo a recolha de sugestões sobre a criação de cinco novas províncias de Angola, à luz do Decreto Presidencial nº 104/21, de 8 de Julho, sob a égide duma Comissão Multissectorial para a Alteração da Divisão Político-Administrativa.