Luanda- A vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa, reconheceu, este sábado, o contributo prestado pelos nacionalistas em prol da libertação do país do jugo colonial e a promoção do desenvolvimento nacional nos diferentes domínios.
O reconhecimento foi expresso no final das visitas ao nacionalista Brito Sozinho e à viúva de Agostinho Mendes de Carvalho “Uanhanga Xito”, Maria de Carvalho, inseridas na segunda edição das Jornadas Heróis da Liberdade e dos Nacionalistas Angolanos.
Mara Quiosa sublinhou que, fruto da bravura destas figuras, que abdicaram da sua juventude, o país atingiu o seu actual estágio de desenvolvimento, “pelo que o MPLA sente a necessidade permanente de acompanhá-los, levar o calor humano e o abraço solidário”.
“São bibliotecas vivas que souberam ultrapassar os desafios do seu tempo”, vincou a dirigente, apontando a necessidade de se passar esta experiência à juventude, para que saiba o quanto custou a liberdade.
A vice-presidente do MPLA reiterou, de igual modo, o sentido de unidade e coesão no seio da organização partidária, tendo em vista o desenvolvimento do país.
Por outro lado, o nacionalista Brito Sozinho agradeceu a iniciativa da direcção do partido, pelo momento “ímpar” que lhe proporcionou, em reconhecimento à sua participação na luta de libertação nacional.
Lembrou que, naquela altura, ainda jovens, deram o seu contributo pela libertação nacional “e hoje temos um país independente e seguro”.
Por sua vez, Adriano Mendes de Carvalho e Agostinho André Mendes de Carvalho, filhos da viúva Maria de Carvalho, manifestaram-se agradados com a homenagem feita à mãe que, junto com o esposo, “Uanhanga Xito”, desempenharam um papel crucial para a conquista da independência, apesar das prisões de que foram alvo por parte da polícia do regime colonial.
Nacionalistas
Enfermeiro de profissão, Uanhenga Xitu exerceu na clandestinamente actividades políticas, visando a independência de Angola, tendo sido preso pela polícia colonial "PIDE", responsável pela repressão de todas as formas de oposição ao regime de Salazar.
Exerceu, entre outras, funções de ministro da Saúde, comissário provincial de Luanda e embaixador de Angola na Alemanha. Foi também deputado à Assembleia Nacional, pela bancada do MPLA, e membro do seu Comité Central até 1998.
Autor das obras "O Meu Discurso' "Mestre Tamoda", "Bola com Feitiço", "Manana", "Vozes na Sanzala (Kahitu)", “Os Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem", "Os Discursos do Mestre Tamoda", "O Ministro" e "Cultos Especiais”, Uanhanga Xito foi disntinguido, em 2006, com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de literatura.
Já Brito Sozinho, também conhecido pelo nome de guerra “Longa Marcha", é um político e diplomata, cujo envolvimento com o nacionalismo data de 1959, na altura com 18 anos de idade, por via do Clube Desportivo Ginásio, que era um grupo da estratégia de massas do MPLA para a formação política e difusão cultural no seio da juventude.
Diplomata de carreira, serviu como embaixador angolano na Nigéria, Benin, Niger, Togo, Moçambique, Swazilândia, Malawi, Madagáscar, Togo, Tanzânia, Quénia, Uganda, Burundi Guiné-Bissau, Senegal, Suêcia.ACC/DC