Lobito - Munícipes do Lobito, na província de Benguela, defenderam, esta quarta-feira, que se faça maior divulgação sobre o legado de Agostinho Neto nas escolas, em fóruns académicos, eventos culturais e outros.
Em declarações à ANGOP, afirmaram que muitos adolescentes e jovens sabem apenas que Agostinho Neto foi o fundador na nação angolana e primeiro Presidente de Angola, desconhecendo o restante do seu legado.
Hélder Coelho, professor universitário, afirmou que Agostinho Neto, na qualidade de médico, poeta, iminente político e estadista de dimensão mundial, deu grande contributo para a independência de Angola e de alguns países do sudoeste e da Africa em geral.
"É triste saber que as suas obras são pouco divulgadas", lamentou.
Na sua opinião, alguma coisa tem de ser feita para resgatar a mistica da figura de Agostinho Neto.
"Sabemos que a conjuntura hoje mudou, algumas situações internacionais têm dificultado, mas de qualquer forma, deve-se fazer mais, com base no seu legado", considerou.
Para Lucas Costa, formador do Censo2024, trata-se de uma figura emblemática de Angola e também de um panafricanista.
Lembrou que teve muito protagonismo em fóruns internacionais, com destaque nas cimeiras da antiga Organização da Unidade Africana (OUA), actualmente União Africana (UA), onde afirmou que "A agricultura é a base e a industria o factor decisivo para o desenvolvimento das Nações".
"Temos de falar mais de Agostinho Neto e não esperar pelo mês de Setembro para celebrar a sua data natalícia", reclamou.
"Se perguntarmos a um jovem, quem foi Manguxi ou Kilamba, tenho a certeza de que nunca ouviu falar", afirmou convicto.
Já o estudante universitário Francisco Domingos referiu-se sobre a sua veia poética, considerando que a sua obra "Renúncia impossível" inspirou muitos cantores a produzirem músicas de sucesso.
"Além disso, há varios livros traduzidos em inglês, francês e alemão que deveriam estar nas bibliotecas escolares e não só, com preços ao alcance do bolso dos estudantes", acrescentou.
Por sua vez, Rosa Calala, agente de Seguros, é de opinião que Agostinho Neto deu a vida pelo país, fazendo alusão às prisões em que sofreu como político e à guerrilha por onde andou, com vista a alcançar a liberdade do povo angolano.
"Como médico, ajudou muita gente e como escritor, muitos se inspiram nele", considerou.
Rosa Calala recordou-o como "profeta", apoiando-se nas suas frases com grande impacto nacional e internacional, nomeadamente "havemos de voltar", "o mais importante é resolver os problemas do povo" e "A África é um corpo inerte, onde cada abutre vem debicar o seu pedaço".
Agostinho Neto foi Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola ( MPLA), proclamou a independência no dia 11 de Novembro de 1975 e governou o país até 1979.
O "Poeta Maior", como também é conhecido, nasceu no dia 10 de Setembro de 1922, na aldeia de Caxicane (Icolo e Bengo) e faleceu no dia 17 do mesmo mês, no ano de 1979, em Moscovo, capital da Rússia. TC/CRB
