Benguela – A aposta firme do Executivo angolano nas infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias tem vindo a impulsionar o desenvolvimento da economia nacional nos últimos anos, destacou nesta sexta-feira, em Benguela, o engenheiro brasileiro Janilson Araújo.
Radicado em Angola há 18 anos, Janilson Araújo, engenheiro civil brasileiro, falava à ANGOP a propósito dos 21 anos de paz em Angola, assinalados a 4 de Abril, considerando que as infra-estruturas de transporte estão a dinamizar a economia, gerando desenvolvimento para o país.
“A gente diz que, primeiro, a estrada chega para depois o desenvolvimento acompanhar, porque o empresário não investe, se não tiver como escoar a produção”, salienta, reconhecendo que as estradas interligam o país de “lés-a-lés”, possibilitando a livre circulação de pessoas e bens.
Daí Janilson Araújo acreditar que todos os angolanos sentiram o efeito da paz.
“O circular livremente é o maior exemplo de que um país está em paz, sendo uma só nação e um só povo como o próprio Hino Nacional diz”, observa.
“Quando cheguei aqui, em 2005, encontrei ainda um país em processo de reconstrução nacional e fico muito privilegiado por participar e ver o quanto Angola cresceu”, referiu o também consultor de empresas do ramo da construção civil engajadas em obras estruturantes, como o nó viário do Kilamba-Camama, em Luanda.
O engenheiro brasileiro acentua a ideia de que as infra-estruturas de transporte constituem o primeiro passo para impulsionar a economia angolana, principalmente a hotelaria, a agricultura e a indústria.
“Vemos muitas indústrias a serem implantadas e há uma dinâmica do agronegócio. Mas isso tudo é devido às infra-estruturas”, sublinha Janilson Araújo, que encoraja as autoridades angolanas a manterem essa política de olhar para as infra-estruturas, como estradas, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos, água e energia.
O entrevistado não tem dúvidas de que é “um exercício hercúleo” que o Governo angolano vem fazendo ao longo dos últimos anos, porque, como notou, são muitas coisas que precisam ser feitas e os recursos geralmente são escassos.
Para si, as infra-estruturas, embora impliquem avultados investimentos públicos, vão também ajudar no combate às “assimetrias regionais” com que se confrontam as populações do interior do país, nomeadamente no Planalto Central, Leste e no Sul, com destaque para o Cunene.
Neste momento, diz sentir-se privilegiado por conhecer as 18 províncias de Angola, pois trabalhou em vários projectos ligados principalmente às infra-estruturas de estradas, como os nós viários de Luanda, na via expressa, e a reabilitação da Estrada Nacional EN120.
Em outra parte da entrevista, o engenheiro brasileiro também falou da visão do Executivo de dinamizar as fontes de energia renováveis, com a instalação das centrais fotovoltaicas, não obstante haver várias barragens hidroeléctricas.
“Angola é um país muito abençoado, porque tem tudo e então precisa agora só gestão”, ressalta, apelando a que os cidadãos tenham um pouco de paciência e colaborem na preservação de tudo aquilo que já foi feito em 21 anos de paz. JH/CRB