Benguela – A execução de obras das Infra-estruturas Integradas das quatro cidades do litoral da província de Benguela vai contribuir para melhorar a qualidade de vida dos munícipes e atrair mais turistas, considerou, esta terça-feira, o governador Luís Nunes.
A construção e reabilitação de vias rodoviárias, sistemas de abastecimento de água, rede de distribuição de energia e iluminação pública, edifícios públicos, como cinemas e museus são algumas das obras desse programa, em fase de execução, desde Janeiro último, nos municípios de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta.
Falando na Catumbela, a propósito da primeira reunião ordinária do Conselho Provincial de Auscultação da Comunidade, o governador acredita que, após a sua conclusão, essa empreitada devolverá a dignidade aos munícipes e tornará a província mais atractiva para os visitantes em busca dos vários destinos turísticos que Benguela oferece.
Apesar disso, Luís Nunes reconheceu que estas obras vão impor nos primeiros momentos alguns sacrifícios no tocante à mobilidade, na medida em que algumas ruas deverão estar intransitáveis para beneficiarem de trabalhos de requalificação e melhoria.
Segundo o governador, a melhoria da qualidade das infra-estruturas dessas cidades do litoral da província de Benguela influenciará no bem-estar das populações.
Por isso, chamou à atenção para a participação de todos como factor preponderante para o alcance dos resultados pretendidos, ou seja, a melhoria das condições de vida das populações.
Como que deixando um recado aos mais cépticos quanto à sustentabilidade destas obras, o governador afirmou que as acções que estão a ser levadas a cabo “garantidamente” conhecerão a sua conclusão, uma vez que, como afiançou: “nada é prometido quando não há condições de ser feito”.
Obras movimentam cidades
A empreitada de execução do Programa das Infra-estruturas Integradas de Benguela, com prazo de cinco anos, foi adjudicada à empresa Britânica ASGC Limited, a mesma que emprestou o dinheiro. Neste âmbito, já estão a ser reabilitadas três avenidas estruturantes do Lobito, que vão receber piso rígido para resistir ao intenso tráfego de veículos pesados.
Trata-se das avenidas Sócrates Dáskalos, a Salvador Correia e a Cerveira Pereira, onde todo o asfalto completamente degradado foi já removido para dar lugar a um novo pavimento em betão, por ser mais durável.
No caso de Benguela, a intervenção, ainda em fase inicial, abrange a avenida Serpa Pinto, mais conhecida como estrada da Max, tomada por enormes buracos que têm dificultado a circulação de veículos pesados em direcção ao Norte ou Sul do país.
População renova esperança
Com a alocação dos 415 milhões de euros nas obras de emergência no litoral na província, algumas paralisadas há mais de quatro ou cinco anos, os cidadãos antevêem dias melhores face à acentuada degradação das vias e à crise no abastecimento de água potável.
Lucas Pinto, morador na cidade de Benguela, está optimista de que o projecto integrado de obras de emergência possa resolver parte dos problemas estruturantes destas localidades, como a distribuição de água e as vias de acesso.
Já o ancião Francisco Kapa, morador na periferia da cidade de Benguela, enaltece a medida do governo e, ao mesmo tempo, pede atenção ao sector das águas, por conta da redução drástica da oferta desse serviço aos consumidores no litoral.
A mesma opinião tem Eufrazina Mukanda que se queixa das dificuldades no acesso à água e, por isso, sugere ao governo de Benguela mais dinamismo para mitigar a actual situação, tal como a requalificação das valas de drenagem, jardins e estradas urbanas.
“Em algumas ruas da cidade de Benguela, já não há asfalto. Só poeira e buracos", lamenta, embora optimista de que essas dificuldades estão com dias contados, visto que as obras nas vias estruturantes de Benguela e do Lobito já arrancaram.
José Zayadiaku, funcionário público, considera que nunca é tarde para transformar Benguela numa boa terra para se viver, como, aliás, fora prometido pelo Presidente da República, na campanha eleitoral de 2017.
A implementação do Programa das Infra-estruturas Integradas de Benguela decorre de uma autorização do Presidente da República, que “libera” a despesa de 415 milhões de euros de um empréstimo contraído pelo Governo de Angola junto da empresa Britânica ASGC Limited.
No mesmo despacho, nº 142/21 de 03 de Setembro, publicado em Diário da República, foi autorizada a abertura de um concurso público para prestação de serviços de fiscalização das referidas empreitadas no valor de 9,4 milhões de euros.