Dubai (Do enviado especial)- O Presidente da República, João Lourenço, afirmou este sábado, no Dubai, Emirados Árabes Unidos, que o fenómeno de seca severa que ocorre ciclicamente no sul do país e noutras partes do planeta, mostra a todos que é importante agir no sentido de prevenir as catástrofes de dimensão variável no futuro.
Segundo João Lourenço, o referido fenómeno provoca efeitos devastadores sobre a vida das populações e da vida animal, o que impõe medidas de redução da emissão de gases de efeito estufa, para garantir um planeta mais habitável e seguro para as gerações futuras.
O Chefe de Estado intervinha na Cúpula Mundial de Acção Climática da COP 28, tendo realçado que em virtude das consequências das alterações climáticas, Angola teve que procurar soluções endógenas urgentes para salvar populações inteiras dos efeitos da seca.
Para isso, investiu largos milhões de dólares na construção de um canal de 165 Km de extensão e várias albufeiras de retenção na região do Cafu, na província do Cunene, uma infra-estrutura que permitiu resolver o grave problema que se vivia nessa zona, referiu.
O investimento ajudou a criar condições que não existiam antes para o desenvolvimento da agricultura familiar, que influiu na melhoria do quadro nutricional, com efeitos benéficos sobre a saúde pública e o bem-estar daquelas comunidades, acrescentou.
Informou que dois outros projectos de maior dimensão, o do Ndue e do Calucuve, estão a ser construídos na mesma província, estando projectada a construção de seis outras grandes barragens de retenção de água na província do Namibe, todas no âmbito do amplo programa de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, região mais afectada do país.
“Estamos a desenvolver, com organizações ambientalistas nacionais e estrangeiras, um ambicioso programa de educação ambiental virado sobretudo para as crianças, alunos, estudantes e jovens no geral”, fez saber.
João Lourenço deu ainda a conhecer que, com as mesmas organizações está-se a trabalhar com algum sucesso no projecto de plantação de milhões de mudas de mangues para a recuperação e preservação dos mangais ao longo da vasta costa marítima angolana.
“Nesta luta contra as consequências nefastas das alterações climáticas, temos contado com o apoio de importantes parceiros internacionais com os quais trabalhamos para desenvolver um sistema de apoio às informações de alerta e aviso sobre esse fenómeno na região angolana a que fiz alusão, de modo não só a prevenirmo-nos de uma forma mais eficaz contra esses problemas, mas também a definir uma combinação de diferentes soluções que se considerem as mais adequadas”, sustentou.
João Lourenço afirmou que ao projectar-se um novo objectivo de financiamento climático para o período pós 2025, deverá ser tomado em consideração todo um conjunto de factores que não debilitem e nem fragilizem as economias dos países em vias de desenvolvimento, que não estão capazes de abdicar de um momento para o outro dos recursos naturais fontes de divisas.
Nestas se inscreve o petróleo, “como a principal fonte de receitas de que dependem de forma considerável para garantir o desenvolvimento económico e social dos países”. ADR/VC