Ondjiva - A liderança do Presidente João Lourenço, na União Africana (UA), vai garantir um prestígio político e diplomático ao país, com desafios ligados à segurança e desenvolvimento económico do continente, afirmaram, esta sexta-feira, especialistas no Cunene.
Angola assume pela primeira vez, no próximo mês de Fevereiro, a liderança da União Africana (UA), desde a sua fundação a 9 de Julho de 2002 em Durban (África do Sul), em substituição da Mauritânia.
Em declarações à ANGOP, o professor e especialista em Relações Internacionais, Neuro de Freitas, disse que, apesar de ser uma presidência rotativa, é um marco “impar” para a história da diplomacia angolana e, de modo particular, à construção do perfil político do Presidente João Lourenço.
Disse que, ao assumir a presidência da UA, o país terá de desenpenhar o papel de mediador de um continente mergulhado em muitos problemas sociais, da democracia, direitos humanos, corrupção, desenvolvimento sustentável, paz e segurança.
Apontou ainda os desafios ligados aos golpes de Estado, sobretudo na África francófona, tráfico de seres humanos e das migrações, que tem sido recorrente e com consequências devastadoras.
Neuro de Freitas salientou que Angola, ao longo do tempo, alcançou um perfil importante em matéria de paz e segurança, fruto das experiências demonstradas em diferentes organizações continental e países onde deu o seu contributo por via do diálogo.
“Angola tem um papel exemplar em matérias de democracia, desenvolvimento e sustentabilidade, que deve servir de exemplo para outros países do continente” , enfatizou.
Referiu ser acertada a escolha do diálogo como ferramenta importante para resolução dos conflitos no continente, cuja resolução não deve depender única e exclusivamente de Angola, mas de todos seus intervenientes.
Para o politólogo Ismael Alfredo, a presidência de Angola irá contribuir para melhorar a sua imagem e influência no continente, onde as nações africanas precisam superar vários problemas de inclusão social, conflitos militares e políticos.
Enfatizou que esta liderança constitui uma oportunidade para que tenha uma África mais pacífica e desenvolvida.
Ismael Alfredo sublinhou que os grandes desafios desta liderança estão relacionados como as questões internas, estabilidade política e conflitos resultantes dos golpes de Estados e dos pleitos eleitorais, com particularidade a República Democrática do Congo.
Nesta senda, disse ser um assunto de domínio do Presidente João Lourenço por ser o facilitador das negociações entre o governo congolês e rebeldes do M23, entre outros grupos.
Destacou ainda a necessidade da sustentabilidade económica dos mais diversos países, a exemplo de Angola que optou pelo desenvolvimento económico, com o projecto do Corredor do Lobito, com a integração de importantes economias.
Disse ser de grande valia que os estadistas africanos apostem na formação do capital humano e na valorização do quadro africano, primando por uma governação aberta, assim como criarem projectos funcionais que permitam acabar com as assimetrias económicas e regionais.
O também especialista em relações internacionais, Adelson Tavira, ressalta a situação económica e financeira, questão da paz e segurança de forma geral para África e da região austral, em particular, como desafios da presidência de Angola na UA.
Acredita que como mediador de conflitos existente em diferentes países do continente, o Presidente da República irá desempenhar um papel preponderante na questão da pacificação da região como particular realce para o Congo Democrático.
Adelson Tavira acrescentou ainda os desafios económicos, na qual o Executivo angolano tem trabalhado em múltiplas reformas com a celebração de acordos de cooperação internacional para diversificação económica.
A União África é a organização internacional constituída por 55 países que promove a integração entre as nações do continente berço da humanidade nos mais diferentes aspectos, tem como sede Adis Abebas (Etiópia).
A União Africana substitui a Organização da Unidade Africana criada (OUA), em 1963, na Etiópia, tem, como foco unidade continental e encorajar a construção da Nação, por meio da união e da libertação da opressão.
A UA africana foi anunciada na declaração de Sirte Líbia, a 9 de Setembro de 1999.FI/LHE7SC